O número de pessoas com dívidas em atraso no Brasil chegou a 60 milhões no primeiro semestre de 2025, conforme dados da Equifax BoaVista. Isso representa um aumento de 5,5% em relação ao final de 2024 e 10,8% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Considerando a população brasileira em idade ativa, que é de 174 milhões, cerca de 34,5% estão com o nome negativado.
O índice de inadimplência, que mede atrasos superiores a 90 dias, fechou junho em 6,2%. Houve uma queda anual de 0,7%, mas um aumento de 0,2% em comparação ao segundo semestre de 2024.
Nos primeiros seis meses deste ano, foram realizados mais de 450 milhões de pedidos de crédito, um crescimento de 160% frente ao ano anterior. Cerca de 124 milhões de novos créditos foram liberados para 92 milhões de consumidores. Em junho, havia 375,6 milhões de empréstimos ativos para 173 milhões de consumidores.
As novas negativação somaram 169,5 milhões no período, alta de 12,5% em relação a junho de 2024 e 6% desde dezembro do ano passado.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de consumidores com contas atrasadas subiu de 30% em julho para 30,4% em agosto, atingindo o maior nível desde 2010.
O percentual de famílias com contas a vencer cresceu pelo sétimo mês seguido, chegando a 78,5% em agosto, o maior desde novembro de 2022.
Henrique Freire de Moraes, CEO da Equifax BoaVista, afirma que o endividamento está estável e não houve grandes aumentos nos últimos dois anos.
Em média, os brasileiros comprometem 74% de sua renda com dívidas, incluindo cartões de crédito, empréstimos pessoais e financiamentos.
O score de crédito médio é de 531 pontos, numa escala de 0 a 1000, indicando a probabilidade de uma pessoa pagar suas contas em dia. Quanto maior a pontuação, maiores as chances de aprovação para crédito.
Para calcular a pontuação, os birôs analisam o histórico de pagamentos regulares, como aluguel, contas de celular, luz, água e outros.
Por outro lado, atrasar dívidas e solicitar crédito enquanto endividado pode reduzir o score.
Henrique Freire de Moraes aconselha pagar as contas em dia e renegociar dívidas para obter descontos. Empréstimos pessoais com juros menores podem ser uma alternativa vantajosa.
Ele ainda aponta que muita gente não entende a diferença entre juros simples e compostos, o que dificulta a administração das finanças pessoais.
O Pix Parcelado, em desenvolvimento pelo Banco Central, deve ajudar a reduzir os juros cobrados e descentralizar a concessão de crédito, atualmente concentrada em cinco grandes bancos que dominam 80% do mercado.