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terça-feira, 17/06/2025




Ativistas planejam nova missão para ajudar Gaza, diz Thiago Ávila

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Thiago Ávila, brasileiro integrante da Flotilha da Liberdade, que levou ajuda humanitária à Faixa de Gaza recentemente, revelou que os ativistas estão organizando uma nova expedição para apoiar os palestinos na região.

“Vamos continuar tentando ultrapassar o bloqueio ilegal imposto por Israel em Gaza, fornecendo alimentos, remédios e criando um corredor de ajuda humanitária para os povos. Para nós, enquanto houver crianças passando fome em Gaza, essa será a missão principal. Já possuímos um novo barco chamado Handala, que está quase pronto para partir”, afirmou o ativista em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Ele enfatizou que estão buscando mais embarcações para uma ação de maior escala. “Queremos que, se Israel atacar uma de nossas missões, saiba que a próxima será ainda maior, e que a violência não nos impedirá”, completou.

Nas palavras de Thiago Ávila, a interceptação realizada pelas forças israelenses, ocorrida há cerca de uma semana em águas internacionais, foi marcada por violência e detenção ilegal. Ele denunciou ainda abusos constantes sofridos pela população da Faixa de Gaza.

De acordo com relatos, os ativistas foram mantidos por mais de vinte horas em condições precárias no próprio barco, que foi desviado para o Porto de Ashdod, em Israel. Entre os problemas enfrentados, estavam ambientes infestados por ratos, baratas e percevejos, além de água imprópria para consumo e transporte degradante sob forte vigilância armada.

Thiago Ávila explicou que, para protestar contra a detenção, realizou greve de fome, tendo sido punido com isolamento solitário e ameaças. Ele acredita que a missão ajuda a expor prisões ilegais e torturas contra palestinos, considerados reféns das autoridades israelenses.

Segundo dados da Associação de Apoio a Prisioneiros e Direitos Humanos (Addameer), Israel mantém atualmente 10,4 mil prisioneiros palestinos. Casos recentes denunciam maus-tratos graves, resultando até em mortes como a do adolescente Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, em março, devido a fome e desidratação prolongadas, conforme reportado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

O Monitor Euro-Med de Direitos Humanos classificou a política israelense como genocídio, destacando o uso sistemático de tortura e violação das normas internacionais de direitos humanos. Diante disso, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil denunciou a prisão de Thiago Ávila como crime de guerra e solicitou a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Israel, enquanto o Itamaraty demandou sua libertação e apontou violação do direito internacional.

Experiência do ativista durante a interceptação

Thiago Ávila relatou que durante o ataque, realizado por uma unidade de forças especiais israelenses fortemente armadas, o objetivo principal era a segurança dos ativistas. Ele liderou medidas de contenção pacífica para evitar violência, enquanto a força opressora tentava dominar o barco.

Segundo ele, a abordagem das tropas incluiu ataques cibernéticos e químicos não identificados, seguidos da tomada violenta da embarcação. O grupo foi mantido sob custódia arbitrária e coagido a assinar declarações falsas de culpa por entrada ilegal em Israel.

Condições de detenção e resistência

Na prisão de Ayalon, Thiago Ávila enfrentou tratamentos degradantes, agressões físicas e privação de direitos básicos como sono e higiene. Mesmo sob tais condições, encontrou forças para manter o ânimo conversando com outros detentos e compartilhando histórias, fortalecendo os laços humanos em meio à adversidade.

Impacto e perspectivas da missão

Thiago Ávila destacou que a missão realça as duras realidades do povo palestino, especialmente em relação aos presos políticos submetidos a torturas e julgamentos militares injustos. Ele compara o regime imposto a um apartheid brutal que destrói famílias e desumaniza uma população inteira.

O ativista enfatiza que a resistência pacífica, inspirada em processos históricos de libertação como o da Índia, traz esperança e mobiliza novas vozes para a causa.

Próximos passos e compromisso com Gaza

A Flotilha da Liberdade permanece firme em sua missão. Conforme explica Thiago Ávila, “Enquanto crianças continuarem a morrer de fome em Gaza, vamos navegar para romper o bloqueio, levando ajuda vital.” Eles contam com o novo barco Handala para retomar as operações e planejam ampliar a escala das próximas missões humanitárias.

Com coragem e determinação, o grupo alerta que a repressão não os deterá e que as futuras expedições serão maiores, buscando garantir que o mundo não ignore o sofrimento do povo palestino.




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