Thiago Ávila, integrante da Flotilha da Liberdade, que recentemente foi interceptada por forças israelenses enquanto levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, revelou que o grupo de ativistas está organizando uma nova missão para apoiar os palestinos da região.
“Continuaremos tentando romper o bloqueio ilegal imposto por Israel sobre Gaza, entregando alimentos, remédios e abrindo um canal humanitário para os povos. Para nós, enquanto houver crianças sofrendo com a fome em Gaza, essa será a missão central. Já temos um novo barco chamado Handala, que está quase pronto para partir”, afirmou o ativista em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
Thiago acrescentou que estão buscando novas embarcações para realizar uma missão ainda maior desta vez. “Queremos que sempre seja assim: se Israel atacar uma de nossas missões, que saiba que a próxima será maior. E que entendam que a violência não vai nos deter”, completou.
Na entrevista, Thiago Ávila falou sobre a agressividade das forças israelenses desde a interceptação do barco em águas internacionais até a apreensão dos 12 ativistas estrangeiros a bordo. Ele denunciou ainda atos de violência e abusos de poder aos quais a população da Faixa de Gaza está constantemente exposta.
“Tudo o que queríamos era sair vivos daquele momento. Ficamos mais de 20 horas detidos dentro do nosso próprio navio, enquanto eles, fortemente armados, mantinham o controle”, relatou.
A embarcação partiu da Itália com alimentos e medicamentos, tentando romper o bloqueio imposto por Israel que afeta quase 2 milhões de pessoas na região há mais de três meses. Thiago retornou ao Brasil e foi recebido por familiares e apoiadores no Aeroporto Internacional de São Paulo.
Ele relatou condições precárias de detenção, como ambiente com ratos e percevejos, água imprópria para consumo, transporte degradante e ameaças constantes, além de ter realizado uma greve de fome como forma de protesto, o que resultou em punição com isolamento solitário e ameaças.
O ativista destacou que a missão da Flotilha da Liberdade trouxe atenção internacional às prisões ilegais e torturas sofridas pelos palestinos, considerados reféns na região. Dados indicam que Israel mantém aproximadamente 10,4 mil prisioneiros palestinos, com denúncias de maus-tratos e tortura sistemática.
Thiago avaliou que o estado de Israel pratica um sistema colonial e de apartheid, perseguindo e oprimindo o povo palestino, que resiste com coragem e persistência a essas condições. Ele ressaltou que a solidariedade internacional, como a manifestada pela Flotilha, é essencial para pressionar por mudanças e pelo fim das violações.
Ele enfatizou que as missões humanitárias continuarão enquanto a situação em Gaza não melhorar. “Nossa luta é para que nenhuma criança passe fome, para que o bloqueio seja rompido e para que os direitos humanos sejam respeitados”, concluiu.