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terça-feira, 28/10/2025

Atendimento no Ambulatório de Neurologia Cognitiva do Hospital de Base cresce

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Quando o aposentado Antônio Batista, de 86 anos, começou a esquecer nomes e se perder em locais que conhecia bem, sua família achou que era apenas o avanço da idade. “Pensamos que é normal que idosos fiquem esquecidos, mas percebemos que ele precisava de ajuda”, conta a filha, Fabiana da Silva.

No Ambulatório de Neurologia Cognitiva do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), Antônio encontrou respostas, tratamento e acolhimento.

Nos últimos meses, o ambulatório se tornou um ponto de referência para pacientes do Distrito Federal e região. O número de atendimentos mais que dobrou de 2024 para 2025, passando de 120 para 262. “A maioria dos pacientes tem cerca de 70 anos, e os diagnósticos mais comuns são doença de Alzheimer e demência vascular, que precisam de acompanhamento constante”, explica o neurologista e chefe do ambulatório, Carlos Uribe.

De acordo com Uribe, o aumento nos atendimentos reflete tanto a maior procura quanto o esforço da equipe para ampliar a capacidade da unidade. “Passamos de um para dois turnos semanais, permitindo atender mais pessoas e diminuir o tempo de espera. Cada consulta inicial é feita com cuidado para entender a história do paciente, levantar suspeitas e indicar exames necessários, como análises laboratoriais, ressonância magnética ou punção lombar”.

Trabalho em equipe

O ambulatório conta com um neurologista preceptor e residentes de neurologia e psiquiatria que trabalham juntos na avaliação dos casos. Esse trabalho multiprofissional fortalece o aprendizado dos médicos em formação e melhora a qualidade do atendimento.

“Os residentes de psiquiatria e psiquiatria geriátrica buscam entender como manejar as alterações da memória em idosos, um problema cada vez mais frequente com o envelhecimento da população”, complementa Uribe.

Para a médica residente Beatriz Pires, o ambiente é de aprendizado e empatia. “Atendemos pacientes em diferentes fases. Alguns chegam com perda de memória no começo, permitindo tratamento precoce; outros já têm quadro avançado, muitas vezes por falta de acesso ou conhecimento”.

Mais que diagnóstico

O acompanhamento é personalizado, ajustado à evolução de cada paciente. Alguns retornam a cada três ou quatro meses, enquanto outros mantêm contato frequente com a equipe, até fora do horário de consultas. “Alguns pacientes ficam conosco por anos, até o fim da vida. Cada história é única, e nosso objetivo é oferecer o máximo de dignidade e cuidado”, afirma Uribe.

Beatriz destaca que o trabalho da equipe vai além do diagnóstico. “Nosso compromisso é ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente e da família, orientando sobre os cuidados e adaptações que a condição exige”.

Para famílias como a de Antônio, cada consulta é mais que um atendimento médico: é um gesto de humanidade. “Aqui, meu pai é tratado com respeito e paciência. Eles cuidam não só da doença, mas da gente também”, declara Fabiana da Silva.

Informações: Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

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