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terça-feira, 24/06/2025




Ataques em usinas nucleares do Irã podem ter causado contaminação local, diz agência

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou na terça-feira (24) que acredita ter ocorrido a liberação localizada de substâncias radioativas e químicas nas instalações nucleares iranianas que foram alvo de ataques recentes por parte dos EUA e Israel.

O diretor do órgão, Rafael Grossi, mencionou a existência de uma “contaminação local”. A agência tem acompanhado os efeitos dos ataques em usinas nucleares localizadas em Arak, Isfahan, Fordow e Natanz, com informações fornecidas pela Autoridade Reguladora Nuclear do Irã.

Apesar da possível liberação de material radiológico e químico dentro dos locais afetados, não houve elevação dos índices de radiação fora dessas áreas. “De acordo com os dados disponíveis, a AIEA pode assegurar que não houve impacto radiológico na população ou no meio ambiente dos países vizinhos”, afirmou.

Uma “catástrofe radiológica” foi evitada porque o reator de Bushehr não foi alvo dos ataques. Nos sítios de Fordow, Natanz e Isfahan, o urânio ainda estava na fase de preparação para uso no reator, etapa em que esse material apresenta baixa radioatividade. “Importante destacar que, do ponto de vista da segurança nuclear, os reatores de pesquisa e energia do Irã não foram atingidos”, disse Grossi.

A AIEA também registrou danos adicionais provocados pelo ataque realizado pelos EUA no sábado anterior. Na unidade de Fordow, estradas próximas e uma das entradas da instalação subterrânea foram danificadas. Em Natanz, foram abertos dois buracos acima das câmaras subterrâneas usadas para o enriquecimento e o armazenamento do urânio.

Considerando a natureza dos materiais presentes nessas câmaras, a agência entende que esses danos podem ter causado contaminação localizada e riscos químicos, conforme comunicado da Agência Internacional de Energia Atômica.

Irã ainda não possui arma nuclear oficialmente

Nos últimos meses, o país intensificou a produção de urânio enriquecido a 60% de pureza, valor próximo aos 90% que possibilitam a fabricação de armas nucleares. Essa informação consta em um relatório confidencial da AIEA, acessado pela AFP em março.

O Irã sustenta que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos relacionados ao uso de energia nuclear e destaca que estava em processo de negociação com os EUA para estabelecer acordos que assegurassem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares quando os ataques israelenses ocorreram.

A agência afirmou não ter evidências de que o Irã esteja desenvolvendo uma arma atômica. Contudo, Grossi declarou não poder descartar a existência de atividades nucleares secretas. O governo iraniano acusou a agência de agir com motivação política e sob influência de potências ocidentais.

Em declaração, o Exército de Israel afirmou que os ataques conseguiram atrasar o progresso do programa nuclear iraniano. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, relatou que, embora o desenvolvimento tenha sido retardado, ele não foi eliminado. Por essa razão, o conflito com o regime iraniano não significa o fim do acordo de Trump que entrou em vigor no mesmo dia, segundo o militar.




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