Um ataque terrorista ocorrido no último domingo (14/12) na famosa praia de Bondi, em Sydney, Austrália, resultou em 16 mortes, incluindo um dos agressores, e pelo menos 42 pessoas ficaram feridas. Dois atiradores abriram fogo contra uma multidão que participava da celebração da Hanucá, a tradicional festa judaica das luzes.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, convocou uma reunião com líderes estaduais para discutir o endurecimento das leis de armas no país. Ele declarou: “O que presenciamos ontem foi um ato antissemita e terrorista em nossas praias” ao prestar homenagens no local.
Os autores do ataque, um pai e seu filho, foram identificados como Sajid e Naveed Akram. Sajid, de 50 anos, foi morto pela polícia, enquanto Naveed, de 24 anos, está hospitalizado em estado grave. Ambos utilizaram armas de longo alcance durante a ação, segundo a polícia do estado de Nova Gales do Sul.
Naveed Akram, cidadão australiano nato, tinha ligações suspeitas com o grupo Estado Islâmico (EI). Seu pai chegou ao país em 1998 como estudante e tinha licença para possuir seis armas, todas usadas no ataque.
Investigadores antiterroristas acreditam que os dois haviam jurado lealdade ao EI, fato reforçado pela descoberta de duas bandeiras do grupo no carro dos atacantes.
Perfis das vítimas
As vítimas do ataque incluem 15 pessoas, com idades entre 10 e 87 anos; a criança de dez anos faleceu no hospital. Entre os mortos está o engenheiro francês Dan Elkayam, de 27 anos, e o rabino Eli Schlanger, nascido em Londres, com 41 anos de idade. Um sobrevivente do Holocausto, identificado pela comunidade hassídica, também está entre os mortos.
Quarenta e duas pessoas foram hospitalizadas, das quais cinco estão em estado crítico, incluindo dois policiais feridos durante o confronto.
Investigação internacional
Na França, foi aberta uma investigação por assassinato e tentativa de assassinato ligados a organização terrorista, coordenada pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI) e pela Subdireção Antiterrorista (Sdat). O objetivo é manter as famílias das vítimas informadas e auxiliar as autoridades australianas.
Sobre Dan Elkayam
Dan Elkayam era um jovem engenheiro de informática francês, apaixonado por futebol e viagens, que vivia na Austrália há cerca de um ano. Seu irmão Jérémie Elkayam o descreveu como uma pessoa generosa e alegre. Ele trabalhava desde dezembro de 2024 na área de computação.
Yonathan Arfi, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), expressou solidariedade à família de Dan Elkayam. O ministério francês está coordenando o repatriamento de seu corpo.
Confusão com homônimo
Um homem chamado Naveed Akram, que vive em Sydney, sofreu ameaças após sua foto ser equivocadamente associada ao atirador. Ele negou qualquer relação com o atentado e pediu apoio para combater a desinformação, relatando que sua vida e a de sua família estão em risco.
Reações globais
O ataque foi prontamente classificado como terrorista pelas autoridades australianas. O presidente dos EUA, Donald Trump, chamou o atentado de “terrível” e “antissemita”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou apoio às comunidades judaicas. Em Israel, o presidente Isaac Herzog e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condenaram o ato, enquanto líderes de outros países também manifestaram solidariedade.
Cobertura da imprensa
O ataque foi capa dos principais jornais franceses, que destacaram o contexto de aumento da violência antijudaica no mundo. O jornal Libération chamou o atentado de “terror antissemita”, enquanto Le Monde ressaltou a vigilância das autoridades sobre Naveed Akram. O Le Figaro comentou o crescimento da violência contra judeus na Austrália recentemente.
Um ato heroico também foi destacada pela imprensa: Ahmed al Ahmed, vendedor em Sydney, conseguiu desarmar um dos terroristas, mas foi ferido e hospitalizado.
