Ao menos nove pessoas morreram durante bombardeios em larga escala na madrugada de segunda-feira (23/6) em Kiev, capital da Ucrânia, conforme informações das autoridades locais. Outras duas mortes foram registradas no norte do país, onde as forças militares prometem intensificar os ataques contra a Rússia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desembarcou no Reino Unido para discutir a situação com seus aliados.
Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia aumentou a ofensiva com uma nova onda de ataques. “Foram 352 drones, incluindo 159 Shaheds (drones iranianos) e 16 mísseis, entre eles projéteis balísticos produzidos pela Coreia do Norte”, informou Volodymyr Zelensky em suas redes sociais.
O ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, relatou que os bombardeios russos atingiram áreas residenciais, hospitais e instalações esportivas, sem respeitar a infraestrutura civil. No distrito de Shevchenko, a oeste da capital, um prédio residencial de vários andares foi destruído.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou seis mortes no edifício atingido e informou que as operações de resgate continuam.
Dezenas de pessoas estavam abrigadas no porão de um prédio residencial no centro de Kiev aguardando o fim dos ataques, muitas delas acompanhando notícias em seus celulares.
Em Bela Tserkva, ao sul de Kiev, os ataques mataram uma pessoa e deixaram mais de dez feridos, conforme informado pelo ministro do Interior.
No norte da Ucrânia, na cidade de Chernihiv, dois mortos e dez feridos foram registrados em ataques com drones, de acordo com Vyacheslav Tchaus, chefe da administração regional.
As cidades ucranianas têm sido alvos constantes das investidas russas enquanto as negociações para um cessar-fogo permanecem paralisadas.
Confirmação dos ataques russos
A Rússia confirmou os ataques noturnos direcionados a alvos militares na Ucrânia que resultaram em vítimas em Kiev e arredores. Segundo o Ministério da Defesa russo, as forças armadas realizaram um ataque combinado utilizando armas de alta precisão e drones contra empresas do setor militar-industrial na região da capital ucraniana.
Os ataques russos visaram a infraestrutura de um aeródromo militar e armamentos navais ucranianos, com todos os alvos designados sendo atingidos.
Na região de Rostov, no sul da Rússia, um ataque com drones ucranianos provocou um incêndio em uma empresa industrial no distrito de Kamensky, conforme o governador regional Yuri Sliusar.
O comandante-chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky, afirmou recentemente que a Ucrânia pretende intensificar ataques contra alvos militares russos.
Zelensky no Reino Unido
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou ao Reino Unido para reuniões com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Durante sua visita, estão previstas várias reuniões, inclusive no Parlamento britânico, para discutir questões de defesa.
“Hoje, discutirei com nossos parceiros a questão da defesa e negociaremos novas medidas para aumentar a pressão sobre a Rússia e pôr fim aos ataques”, escreveu Zelensky em sua conta no X.
As forças russas ocupam atualmente cerca de 20% da Ucrânia, incluindo quatro regiões reivindicadas por Moscou, além da península da Crimeia, conquistada em 2014.
No âmbito diplomático, Kiev manifestou apoio aos recentes bombardeios dos Estados Unidos e Israel contra instalações nucleares no Irã, considerando tais ações como respostas às atitudes agressivas do governo iraniano.
A Ucrânia acusa o Irã de ajudar a Rússia com assistência militar, incluindo o fornecimento de drones usados para bombardear seu território.