26.5 C
Brasília
segunda-feira, 22/12/2025

Ataque em Sidney: suspeitos tinham treinamento tático, diz polícia

Brasília
nuvens quebradas
26.5 ° C
27.8 °
26.5 °
55 %
5.1kmh
75 %
seg
29 °
ter
25 °
qua
26 °
qui
27 °
sex
29 °

Em Brasília

Dois homens foram acusados pelo ataque antissemita que resultou em 15 mortes na semana passada em uma praia de Sidney, na Austrália. Eles foram descritos pela polícia como tendo planejado o ataque com muito cuidado por vários meses e até realizaram treinamentos práticos, segundo documentos judiciais divulgados nesta segunda-feira (22/12).

Os documentos revelam que os suspeitos organizaram sessões de treino com armas de fogo, possivelmente em uma área rural no estado de Nova Gales do Sul, onde está localizada a praia de Bondi, no sudeste do país. A polícia informou que os homens prepararam o ataque de forma detalhada durante meses, e imagens mostram os dois praticando com espingardas e simulações táticas.

Além disso, foi encontrado um vídeo no celular de um dos envolvidos em que ambos aparecem criticando os sionistas, em frente a uma bandeira do grupo jihadista Estado Islâmico (EI). No vídeo, eles recitam partes do Alcorão e explicam os motivos que os levaram ao ataque.

Os documentos também indicam que os atacantes fizeram uma visita para conhecer melhor a praia poucos dias antes do ataque, que é considerado um dos mais graves na história recente da Austrália.

Um dos suspeitos, Sajid Akram, de 50 anos e nacionalidade indiana, foi morto pela polícia durante a ação. Ele havia entrado na Austrália com visto em 1998. Seu filho, Naveed Akram, de 24 anos e cidadão australiano, foi levado do hospital para a prisão nesta segunda-feira e enfrenta diversas acusações, incluindo terrorismo e 15 assassinatos.

O ataque terrorista ocorreu no dia 14 na praia de Bondi, deixando 16 mortos, incluindo um dos suspeitos, e mais de 40 feridos. No domingo (21/12), a Austrália realizou um momento de silêncio para lembrar as vítimas, uma semana após o ocorrido. As autoridades afirmam que o ataque foi motivado pela ideologia jihadista do Estado Islâmico.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, pediu desculpas à comunidade judaica do país e prometeu a aprovação de leis mais rígidas contra o discurso de ódio e o extremismo. Ele reforçou que o governo trabalhará para proteger os direitos dos judeus australianos de praticar sua fé e participar da sociedade plenamente.

O governo federal da Austrália também anunciou reformas nas leis de posse de armas e no combate ao discurso de ódio, além de revisar os serviços de polícia e inteligência. Já foi apresentado um plano para recolher armas das ruas.

O estado de Nova Gales do Sul convocou seu Parlamento para discutir medidas mais duras sobre armas e a proibição de símbolos ligados ao terrorismo, como a bandeira do Estado Islâmico, que foi encontrada em um veículo relacionado a um dos suspeitos.

A nova legislação poderá limitar a quatro o número de armas que uma pessoa pode ter, ou até 10 para aqueles com permissões especiais, como agricultores. O estado possui mais de 1,1 milhão de armas em posse de civis, e em todo o país esse número ultrapassa quatro milhões, conforme relatório do Instituto Australiano divulgado em 2025.

A legislação também permitirá a proibição de protestos por até três meses após incidentes terroristas, como forma de evitar instabilidades.

Veja Também