A Universidade Federal do Paraná (UFPR) irá discutir nesta terça-feira (16/9) as agressões sofridas pela professora Melina Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O incidente ocorreu na última sexta-feira (12/9) dentro do campus da instituição e será analisado na reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad).
Em comunicado divulgado na segunda-feira (15/9), a UFPR afirmou que está avaliando o caso e que o tema será levado ao colegiado. A universidade ainda não confirmou a abertura de procedimento interno, mas assegurou que o assunto será oficialmente tratado.
Quem é Melina Fachin
Melina Fachin é professora de Direito Constitucional e diretora da Faculdade de Direito da UFPR desde 2021. Formou-se em Direito pela UFPR em 2005, possui mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e também tem formações em instituições na França e Portugal.
Além da carreira acadêmica, atua como advogada no escritório familiar e participa de entidades jurídicas e de direitos humanos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, o Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná e o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
Até o momento, Melina Fachin não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. Seu marido e advogado, Marcos Gonçalves, que expôs o caso nas redes sociais, disse que ela está indignada, mas mantém-se firme e não cederá a ameaças.
Detalhes do ataque
No final da manhã da última sexta-feira, Melina Fachin foi alvo de uma cusparada e xingamentos, sob o ataque de um homem que não se identificou e a chamou de “lixo comunista”.
Marcos Gonçalves relacionou o ataque ao clima de hostilidade política e denunciou nas redes sociais a violência como consequência do discurso de ódio propagado pelo extremismo de direita. Ele ressaltou que não haverá tolerância para futuras agressões, pedindo que o agressor se apresente para que a situação seja resolvida.
Reações das entidades e autoridades
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou repúdio ao episódio, destacando que o ambiente acadêmico deve ser espaço de diálogo e construção do conhecimento, livre de intolerância e violência.
O ministro Gilmar Mendes demonstrou solidariedade à professora Melina Girardi Fachin e classificou o ataque como inaceitável, afirmando a importância do respeito às diferenças ideológicas especialmente em universidades.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou, condenando a agressão como um caso de violência política de gênero e ressaltando que o incidente reflete o ódio disseminado contra mulheres, universidades e a democracia. Ela solicitou que o agressor e quem incentiva essa violência sejam responsabilizados imediatamente, reiterando seu apoio à Melina e à comunidade acadêmica da UFPR.