Documento divulgado pelo Banco Central pode esclarecer as dúvidas do mercado. Alguns analistas interpretam que a porta foi apenas destrancada e outros avaliam que a porta está aberta para a queda de juros
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada às 8h desta terça-feira, 27, é a oportunidade que o Banco Central (BC) terá de explicar ao mercado se começará a cortar a Selic em agosto ou setembro.
A autoridade monetária manteve os juros inalterados em 13,75% ao ano na última quarta-feira, 21, e sinalizou no comunicado que pode iniciar o processo de cortes nas próximas reuniões do colegiado. Entretanto, o tom adotado no documento oficial fez o mercado divergir se o movimento começaria no próximo encontro ou no seguinte.
Na prática, alguns analistas interpretam que a porta foi apenas destrancada e outros avaliam que a porta está aberta para a queda de juros. A divulgação da ata pode trazer mais clareza para o mercado sobre quando o BC começará a reduzir a Selic.
A mensagem que o BC divulgará poderá acalmar os ânimos, reduzir a curva de juros futuros ou dar ainda mais munição para que o governo critique os membros do Copom. A ata do Copom é importante porque sinalizará com mais clareza os próximos passos do
colegiado.
Ata é importante para decisões de investimento
O documento é usado por investidores para decisões de investimento já que com os juros altos é melhor manter o dinheiro aplicado em títulos públicos ou outros papéis de renda fixa do que aportar recursos na economia real ou em investimentos de renda variável. Na prática, todos ficam paralisados à espera de uma sinalização mais clara.
Com isso, Copom terá mais elementos para decidir a política monetária após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para quinta-feira, 29. Na ocasião será definida a meta de inflação para 2026 e os objetivos de 2024 e 2025 podem ser revisados.
Para os dois próximos anos, a meta a ser perseguida é de 3,00%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O que deve ser debatido é um horizonte mais flexível de cumprimento do objetivo, atualmente em 12 meses e que passaria para 24 meses. Com tempo maior, o BC poderia flexibilizar a dose do remédio amargo para controlar a inflação.