Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino ter sido alvo de ataques verbais por parte de uma passageira durante um voo saindo do Maranhão com destino a Brasília, na segunda-feira (1º/9), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), principal representante da magistratura no país, expressou sua preocupação.
“Esse ato demonstra um retrocesso na civilidade e um preocupante aumento da intolerância contra o Poder Judiciário, cujo intuito é desacreditar a função judicial e abalar a confiança nas instituições que garantem a ordem constitucional”, destacou a Associação.
A AMB manifestou solidariedade ao ministro e reafirmou que “não aceita ações que extrapolam o debate público e configuram intimidação.”
“O Brasil necessita de diálogo, responsabilidade e respeito para superar seus desafios — e não de ameaças contra a magistratura”, finalizou.
De acordo com informações passadas ao Metrópoles pela coluna de Paulo Capelli, a equipe do ministro explicou que Flávio Dino estava sentado, trabalhando com a cabeça baixa enquanto esperava a decolagem, quando uma mulher iniciou uma série de ataques em voz alta contra ele. A passageira afirmou que “não respeita esse tipo de gente” e alegou que “o avião estava contaminado”.
A agressora, identificada como servidora pública do Paraná — promotora de saúde profissional da Secretaria Estadual de Saúde — Maria Shirlei Piontkievicz, de 57 anos, tentou se aproximar do assento do ministro, mas foi impedida pela intervenção de um segurança que se colocou entre eles.
“É importante destacar que a passageira também proferiu frases como ‘o Dino está aqui’, apontando para o ministro, numa clara tentativa de incitar uma reação dos passageiros a bordo”, explicou a assessoria.
As ações da mulher só cessaram depois que a chefe de cabine a advertiu. Um agente da Polícia Federal (PF), localizado no aeroporto de São Luís, foi acionado, entrou na aeronave e informou à segurança do ministro que comunicaria o ocorrido à superintendência em Brasília.
Maria Shirlei Piontkievicz foi denunciada pela PF pelos crimes de injúria qualificada e incitação ao crime.