Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca e um dos três nomes cogitados para substituir Jerome Powell na presidência do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, afirmou neste domingo (7/9) que a instituição deve manter autonomia completa, inclusive em relação ao presidente Donald Trump.
Em entrevista ao programa Face the Nation, do canal CBS, Hassett ressaltou: “A política monetária do Federal Reserve precisa ser totalmente livre de influências políticas.”
O Fed tem se encontrado no centro de um conflito político envolvendo o presidente Donald Trump, que critica publicamente a liderança da instituição e chegou a tentar demitir a diretora Lisa Cook. A disputa gira em torno das decisões sobre a taxa de juros e a independência do banco central.
O atual presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que pode reduzir as taxas de juros em setembro diante dos sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos e da fragilidade do mercado de trabalho no país. Embora a maioria dos analistas considere quase certo o corte, ainda há dúvidas sobre a magnitude e a velocidade dessa redução.
Donald Trump vem pressionando por cortes mais significativos, acusando Powell de lentidão na tomada de decisões. Para o presidente, baixar os juros traz alívio econômico rápido e benefícios políticos, mas o Fed alerta que agir com pressa pode comprometer o controle da inflação e a credibilidade da instituição.
Além das tensões políticas, Trump tentou alterar a composição do conselho do Fed ao tentar remover Lisa Cook, indicada pelo ex-presidente Joe Biden, o que gerou um conflito judicial.
Jerome Powell tem mandato até maio de 2026, mas Donald Trump já avalia nomes para sucedê-lo, incluindo Kevin Hassett. Outros candidatos citados são Kevin Warsh, ex-executivo do banco central, e Christopher Waller, membro do Federal Reserve.
Essa disputa é observada com atenção pelo mercado financeiro mundial, pois as decisões do Fed impactam não apenas a economia americana, mas também influenciam as economias emergentes, como a do Brasil. Alterações nas taxas de juros dos EUA afetam o dólar, os fluxos de investimentos e o custo da dívida externa dos países.