Em julho, a arrecadação de impostos federais chegou a R$ 254,221 bilhões, o que representa um crescimento real de 4,57% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando a arrecadação foi de R$ 231,044 bilhões, já ajustados pela inflação.
Comparado a junho deste ano, que teve arrecadação de R$ 234,594 bilhões, houve uma alta real de 8,09%.
Esse valor superou as expectativas, que estavam em torno de R$ 252,50 bilhões, variando entre R$ 232 bilhões e R$ 271,035 bilhões, segundo análises do Projeções Broadcast.
Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, afirmou que os tributos sobre consumo e renda são os principais responsáveis pelo crescimento da arrecadação, refletindo a boa performance da economia no segundo semestre do ano.
A arrecadação também ficou um pouco acima das projeções da Tendências Consultoria, que estimavam R$ 253,1 bilhões. Segundo o analista fiscal João Leme, fatores como a valorização do câmbio, o aumento da renda das famílias e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foram determinantes para esse resultado.
João Leme explicou que o aumento real do salário mínimo contribui para maior arrecadação, pois com mais dinheiro disponível, o Imposto de Renda cresce, a Previdência Social tem mais receita e as famílias tendem a consumir mais.
Ele também destacou o avanço do Imposto de Importação desde o segundo semestre de 2024 e o aumento das exportações como fatores positivos para a arrecadação.
Por outro lado, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) apresentou queda real em julho devido à desaceleração na indústria, mas essa redução não deve impactar significativamente o resultado do ano. A previsão para o final de 2025 é de arrecadação total de R$ 2,89 trilhões, um crescimento de 3,4% em relação a 2024, impulsionado pelo aumento na receita de impostos administrados e da Previdência Social.
Imposto de Renda
O Fisco ressaltou o aumento na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), especialmente pelas cotas de declaração. Também houve crescimento no recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que tiveram alta real de 15,60% nas estimativas mensais.
Acumulado do ano
Nos primeiros sete meses de 2025, a arrecadação federal atingiu R$ 1,679 trilhão, o que representa um aumento real de 4,41% comparado ao mesmo período de 2024, quando foram arrecadados R$ 1,529 trilhão.
Em julho, o IOF arrecadou R$ 6,554 bilhões, crescimento real de 13,05% em relação a julho de 2024. De janeiro a julho, a arrecadação com o IOF somou R$ 43,517 bilhões, alta real de 9,42% contra igual período do ano anterior.
Estadão Conteúdo