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segunda-feira, 11/08/2025

Armênia e Azerbaijão firmam acordo de paz com mediação de Trump

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Após quase quarenta anos de conflito, Armênia e Azerbaijão celebraram um tratado de paz, intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O progresso nas negociações, que pode encerrar o conflito na região do Sul do Cáucaso, ocorreu na sexta-feira (8/8) na Casa Branca.

Conflito de longa duração

A região autônoma de Nagorno-Karabakh situa-se dentro do território do Azerbaijão, porém é habitada historicamente por armênios étnicos. O primeiro confronto em Artsakh, nome alternativo da região, teve início no fim dos anos 1980. Um dos principais gatilhos para a violência foi a decisão do parlamento de Nagorno-Karabakh que votou pela unificação da área com a Armênia.

Em 1994, um cessar-fogo foi estabelecido com mediação da Rússia, e os armênios étnicos saíram vitoriosos, mantendo o controle da região. A segunda guerra iniciou em 2020 quando o governo do Azerbaijão lançou uma operação militar para recuperar territórios perdidos, mas Artsakh não foi totalmente reconquistada.

Três anos depois, o Azerbaijão promoveu uma ofensiva surpresa para retomar territórios ocupados por armênios étnicos, provocando o deslocamento de mais de 100 mil armênios, que buscaram refúgio sobretudo na Armênia.

Em encontro trilateral, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, declarou que a paz trará grandes oportunidades para a região e o mundo, enquanto o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, chamou o momento de abrir um novo capítulo de convivência pacífica.

Em março, o texto final do pacto foi elaborado, mas a assinatura enfrentou resistência devido a certos pontos, como a criação de um corredor do Azerbaijão ao exclave azeri de Naquichevão, atravessando o território armênio. A população armênia temia que isso comprometesse a soberania e permitisse presença militar azeri, mas o impasse foi solucionado na reunião em Washington entre os líderes Aliyev e Pashinyan.

Aspectos do acordo

Entre as cláusulas acordadas com o apoio de Donald Trump, está o estabelecimento do corredor, que será administrado pelos EUA e batizado como “Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional (TRIPP)”. Na Casa Branca, foi reafirmado o compromisso com a integridade territorial de ambos os países, embora não tenha sido esclarecido como as fronteiras serão definidas inverso aos conflitos passados.

Além disso, temas sensíveis para a paz duradoura, como alterações constitucionais na Armênia solicitadas pelo governo do Azerbaijão, permanecem em sigilo, não tendo sido divulgados detalhes ao público até o momento.

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