Oficina de corte e dobra de vergalhões conta com até 50 operários para transformar 2 mil toneladas de aço
Toda a armação de aço usada no Túnel de Taguatinga é produzida ali mesmo, em uma oficina de corte e dobra montada no próprio canteiro de obras. É lá que vergalhões são moldados em formatos e tamanhos variados para dar mais força às paredes e lajes da construção.
O concreto é o material mais usado na engenharia civil em todo mundo. Mas, sozinho, ele não é capaz de oferecer a solidez necessária para erguer grandes edificações.
Apesar de aceitar bem os esforços de compressão, a mistura de cimento, água, pedra e areia possui baixa resistência à tração. Daí a importância de incluir barras de aço na construção.
A estrutura do concreto armado é projetada por engenheiros especializados – partem desses profissionais as características que cada peça de aço deve ter para compor paredes, lajes e vigas. “Precisamos seguir as especificações direitinho, medir cada vergalhão de forma precisa”, conta o armador José Reinaldo Santos. “Se a armação ficar maior ou menor do que deveria, é trabalho perdido”.
O cuidado não fica apenas por conta das medidas. O maquinário de corte e dobra exige atenção redobrada dos operários para evitar qualquer acidente. Tanto que para trabalhar como armador é preciso fazer curso de operador de máquinas.
De acordo com o engenheiro civil Everaldo Barros, cerca de 50 armadores trabalham nas fases 2 e 3 do túnel, trecho que vai desde a Avenida Comercial de Taguatinga até o futuro viaduto do BRT. “Os profissionais se revezam entre a oficina e a montagem das estruturas já prontas”, afirma. “Só nessa extensão, são usadas cerca de duas mil toneladas de aço”.