Valor equivale hoje a 694.321,40 reais, pelo Índice de Preço do Bitcoin (IPB)
Quem busca por imóveis para comprar em Buenos Aires pode se deparar com uma oferta inusitada: um apartamento à venda por dois bitcoins em um edifício considerado patrimônio histórico, no centro da capital argentina. É o que conta o jornal La Nacion, em reportagem publicada em 12 de abril. O valor equivale hoje a 694.321,40 reais, pelo Índice de Preço do Bitcoin (IPB).
A venda em moedas correntes “tradicionais” não daria o retorno esperado, acredita o proprietário, que mora na Espanha. “Como anda a situação, eu não vou conseguir o preço que desejo vendendo em dólares. E, para vender mal, prefiro que seja em uma moeda que me proteja mesmo contra a desvalorização do dólar”, disse ao jornal.
O dono do imóvel anunciou em bitcoins, por ser a mais conhecida, mas disse aceitar qualquer tipo de criptomoeda. “Aceito qualquer outra. As criptomoedas ainda são uma salvaguarda, um lugar onde as pessoas dão valor e estão dispostas a trocá-las umas com as outras. Então, por que não vender casas, serviços?”, questionou.
Segundo o proprietário, o melhor investimento, já que está fora da Argentina, é vender em bitcoins. “Se levarmos em conta que apenas 5% da população sabe que existe a criptomoeda, imagina o potencial de crescimento que ela tem. Hoje mesmo que me dêem um bitcoin e meio por este estúdio, pergunto ao comprador: onde assino?”, disse ao La Nacion.
A despesa com escritura, “a ser determinada”, é de responsabilidade do comprador do imóvel. No anúncio, o dono sugere a quem adquirir o apartamento que compre móveis e instalações, se tiver a intenção de conseguir uma renda extra por meio de plataformas como Airbnb e Booking, ou use como apartamento funcional.
O apartamento fica em um edifício considerado patrimônio histórico da cidade de Buenos Aires, construído no início do século passado, entre as avenidas Rivadavia e Paraná. O prédio atrai políticos, por ficar a poucas quadras do Congresso Nacional da Argentina, e já foi sede do Ministério do Trabalho.
Com o crescimento da busca por bitcoins na Argentina, o Banco Central do país determinou, no início de abril, que as instituições financeiras deem informações sobre todos os clientes que compram, vendem e armazenam criptomoedas.