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quinta-feira, 26/06/2025




Argentina enfrenta protestos contra cortes do governo Milei

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Sindicatos e grupos sociais convocaram milhares de pessoas que foram às ruas de Buenos Aires, na Argentina, para manifestar-se contra a administração do presidente Javier Milei. Na quarta-feira (25/6), membros de categorias trabalhistas reuniram profissionais da saúde e servidores públicos, que se juntaram aos aposentados em luta pelo aumento das pensões. Nesta quinta-feira (26/6), professores universitários e estudantes também entraram em mobilização.

Os protestos aconteceram em um clima tenso, com reivindicações salariais para diversos setores diante da política econômica do governo argentino, que busca cortes de despesas e superávit fiscal.

Os profissionais de saúde do hospital infantil Garrahan, em Buenos Aires, reivindicaram reajustes nos seus salários. Liderados por médicos residentes, cerca de 4.000 funcionários do hospital participaram do protesto e deflagraram uma greve de 24 horas.

Segundo o governo, a greve é promovida por “alguns poucos sindicalistas privilegiados”.

Os residentes do Garrahan recebem cerca de US$ 600,00 mensais, aproximadamente R$ 3.300,00.

Na Argentina, uma família necessita receber pelo menos US$ 1.000,00 por mês para não ser considerada pobre.

Desemprego em alta

Javier Milei enfrentou o aumento do desemprego para 7,9% no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 1,5% em relação ao trimestre anterior. Isso reduziu o poder de compra de parte da população, especialmente entre funcionários públicos e aposentados.

Na quarta-feira, os manifestantes se concentraram em frente ao Ministério da Desregulamentação Estatal antes de se unirem aos aposentados, que protestam semanalmente contra a perda do poder aquisitivo em frente ao Parlamento.

“Estou aposentada há um ano e recebo o mesmo valor de quando comecei”, explicou Alicia Torroija, que recebe cerca de US$ 270,00, pouco acima da aposentadoria mínima. Com 78 anos, ela depende da ajuda dos filhos.

As manifestações semanais dos aposentados tornaram-se o ponto de partida para vários protestos contra a desregulamentação e a austeridade do governo ultraliberal.

Manifestações continuam

Sexta, as universidades públicas, por meio de professores e estudantes, também se mobilizam contra os cortes que impactam salários, pesquisas, bolsas de estudo e manutenção das instituições. Um coletivo com aproximadamente 60 universidades e sindicatos convocou uma greve de 48 horas dos docentes.

Fim do feriado do trabalhador do estado

O governo anunciou que prossegue com sua “luta contra o culto ao estatismo do passado”, eliminando o feriado de 27 de junho, que desde 2013 era o Dia do Trabalhador do Estado na Argentina, data que celebra a Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, assinada em 1978.

“É fundamental valorizar a cultura do trabalho em todo o país, por meio de políticas públicas de longo prazo e pequenas decisões concretas. O Estado não deve ser um local para períodos sabáticos ou privilégios que os trabalhadores do setor privado não têm”, declarou o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, ao anunciar o fim do feriado.

O ministro da Desregulamentação Estatal, Frederico Sturzenegger, afirmou que o governo extinguiu 50.591 empregos públicos, sendo 29.499 na administração central e descentralizada, 5.500 entre militares e agentes de segurança e outros 15.592 em empresas estatais.




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