Uma força-tarefa encarregada de remover os resíduos da grande massa de lixo que desabou no lixão Ouro Verde, situado no Entorno do Distrito Federal, já conseguiu retirar cerca de 20% dos 42 mil metros cúbicos de detritos que caíram.
A operação teve início em 21 de julho, pouco mais de um mês após a queda do lixo. Este aterro está localizado na cidade goiana de Padre Bernardo. Conforme informado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), já foram realizadas mais de 560 viagens de caminhões para remover o material.
O lixo está temporariamente depositado em uma célula dentro da mesma propriedade, enquanto uma segunda célula está em processo de impermeabilização, com metade dos trabalhos concluída, segundo declarou a secretaria.
Contexto do incidente
Em 18 de junho, uma grande quantidade de lixo desabou no Aterro Ouro Verde, e vídeos feitos por testemunhas registraram o momento do desastre e a extensão dos resíduos.
Este aterro está sob diversas investigações judiciais, inclusive uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontam danos ambientais. O local operava sob uma liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A empresa que administra o aterro foi multada em R$ 37 milhões, e tiveram bloqueados R$ 10 milhões de suas contas para assegurar recursos destinados à contenção emergencial do problema.
O aterro, situado em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal, fica dentro de uma Zona de Preservação Ambiental (Área de Preservação Ambiental – APA) do Rio Descoberto, e, segundo o MP, operava sem a devida licença ambiental estadual.
O acidente causou a contaminação das águas do Rio do Sal e do Córrego Santa Bárbara, cujos usos foram proibidos por tempo indeterminado pelo governo de Goiás. Além disso, o local possui quatro bacias com chorume, que estão em séria condição de risco de um colapso total, elevando a possibilidade de novos desabamentos.
Medidas tomadas
A prefeitura de Padre Bernardo visitou as famílias afetadas e distribuiu água potável por meio de caminhões-pipa e galões de 20 litros, além de fornecer cestas básicas.
Por sua vez, a Semad realizou a primeira fase de avaliação dos danos causados, aplicando uma multa de R$ 37,5 milhões.
O governo de Goiás também iniciou, em 4 de julho, o uso de drones agrícolas fornecidos pelos bombeiros para espalhar inseticida na área do lixão, com o objetivo de controlar a infestação de moscas, que podem transmitir várias doenças.
Em 7 de julho, o gabinete de crise se reuniu com representantes da empresa responsável na sede da Semad, em Goiânia, e ambas as partes concordaram em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual a Ouro Verde se comprometeu a realizar uma série de ações dentro de prazos definidos para solucionar a situação.