Atendendo a um pedido do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, a Apple retirou da App Store o ICEBlock, aplicativo amplamente utilizado por imigrantes para monitorar as ações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE, sigla em inglês), junto com outros programas semelhantes.
A Apple anunciou a decisão na quinta-feira, 2 de outubro. O ICEBlock funcionava alertando os usuários sobre a presença de agentes do ICE nas proximidades, permitindo que os imigrantes tivessem tempo para se afastar e evitassem possíveis detenções.
A política de combate à imigração ilegal tem sido uma prioridade para o governo de Trump desde o início do seu mandato em janeiro. Relatos indicam que agentes do ICE, muitas vezes disfarçados ou utilizando veículos não identificados, também detiveram pessoas com green card, portadores de visto válido ou ativistas pró-palestinos.
Motivação da remoção
A retirada do aplicativo ocorreu após contato do Departamento de Justiça com a Apple, conforme declarou Pam Bondi, advogada-geral da Casa Branca, para o canal de TV Fox Business. O governo alega que esses aplicativos representam um risco à segurança dos agentes do ICE, possibilitando que eles sejam alvo de ataques.
“O ICEBlock foi criado para expor os agentes do ICE a perigos somente por cumprirem suas funções. A violência contra agentes da lei é um limite inaceitável que não pode ser ultrapassado”, afirmou Bondi.
Em setembro, um tiroteio numa instalação do ICE no Texas resultou na morte de dois imigrantes e feriu outro. Investigações indicam que o atirador tinha como alvo os agentes do ICE e utilizava aplicativos do tipo nos dias anteriores ao ataque.
A Apple explicou em nota que, “com base em informações recebidas dos agentes da lei sobre riscos de segurança relacionados ao ICEBlock, retiramos esse e outros aplicativos semelhantes das lojas de aplicativos”.
Recorde de deportações de brasileiros em 2025
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino para imigrantes brasileiros. Em 2025, o número de deportações de brasileiros alcançou um recorde: 2.268 pessoas foram deportadas até 1º de outubro, o maior índice desde 2020 e 37% superior ao total registrado em 2024.
Estes dados foram fornecidos pela Polícia Federal e pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil.