Rede social que “apoia liberdade de expressão” é vista como responsável pela invasão do Capitólio, mas estará de volta na loja de apps da Apple após “mudanças sugeridas” serem implementadas
Em carta ao Congresso dos Estados Unidos, a Apple anunciou nesta segunda-feira (19) que o aplicativo Parler está autorizado a voltar para a sua loja de aplicativos.A rede social foi vista como principal responsável pela invasão do Capitólio em 6 de janeiro. Os invasores, eleitores do ex-presidente Donald Trump, teriam usado o aplicativo para planejar o evento. Logo após o acontecido, ele também foi banido pelas gigantes Google e Amazon, que anunciou que não forneceria seus serviços de computação em nuvem para a rede.
A Apple afirma que o Parler aprovou as mudanças sugeridas desde que fora banido. Já a rede social anunciou que seu relançamento na loja de aplicativos será no dia 26 de abril e que foram colocados sistemas que irão “detectar melhor falas ilegais” e “permitir que usuários filtrem conteúdo indesejável”.
Porém, o aplicativo continuará sem moderação, diferente das redes sociais tradicionais, o que abre espaço para os mesmos problemas de anteriormente: desinformação, fake news e a proliferação de teorias de conspiração.
A carta da Apple foi direcionada ao senador republicano Mike Lee, do estado de Utah, e ao deputado federal Ken Buck, de Colorado. Ambos haviam questionado a gigante de tecnologia sobre o motivo do banimento da rede social. No Twitter, Buck comemorou o retorno e disse que era uma “grande vitória para a liberdade de expressão”.
Em fevereiro, o Parler tentou voltar à loja de aplicativos da Apple mas foi bloqueada por “proliferação contínua de linguagem odiosa e símbolos nazistas”. Na época, um porta-voz da rede social disse ao Insider que eles estavam trabalhando para impedir a disseminação de conteúdos como esse com mudanças algoritmas e moderadores humanos.
Considerando o novo anúncio da volta ao aplicativo, que garante que não haverá qualquer moderação, a última promessa parece que, pelo visto, não será cumprida. O porta-voz também disse na época que estava “otimista de que a Apple continuará a se diferenciar de outras gigantes da tecnologia, apoiando a escolha de seus clientes de ‘pensar diferente'”.