O software israelense Cellebrite, usado em investigações policiais, não consegue mais invadir o Signal
O app Signal, de mensagens criptografadas, era tido como o mais seguro entre os mensageiros do tipo. A garantia de privacidade era tanta que até mesmo o magnata Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, foi flagrado com seu número de telefone cadastrado no serviço.
Mas, no ano passado, os desenvolvedores do software israelense Cellebrite, usado por policiais para perícias como na investigação da morte do menino Henry Borel, revelaram ser possível invadir o Signal sem grandes problemas.
Contudo, na quarta-feira, 21, uma nova reviravolta. Moxie Marlinspike, fundador e presidente-executivo do Signal, divulgou um texto em que expõe brechas em um dispositivo da Cellebrite. “Ficamos surpresos ao descobrir que pouco cuidado foi dado à própria segurança de software da Cellebrite”, escreveu Marlinspike em um texto no blog oficial do Signal.
Ele disse que encontrou uma maleta com o dispositivo “em uma caminhada na rua” e que ela continha um adaptador, diversos cabos e a versão mais recente do software da Cellebrite. Segundo ele, essas brechas poderiam ser utilizadas para alterar relatórios passados e futuros realizados no dispositivo.
Logo, o Signal recebeu atualizações para sair do alcance de investigações policiais que usem o software espião. Marlinspike, afirmou ainda que pode ajudar a Cellebrite na identificação das falhas, com a troca de que eles também revelem como acessam outros apps de mensagens.
No Brasil, além do caso Henry Borel, a tecnologia da Cellebrite já foi usada no Brasil em perícias realizadas pela Lava Jato, e na Operação Enterprise, que investigou tráfico internacional de drogas.
Em 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro conseguiu autorização da Justiça carioca para usar as soluções da companhia na investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.