SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou na última sexta-feira (27) o hearWHO em português, um aplicativo gratuito que avalia a capacidade auditiva. O desenvolvimento contou com a colaboração de pesquisadores da USP Bauru, UFRN e UFPB.
O lançamento da versão em português brasileiro reuniu representantes da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Ministério da Saúde, USP, Conselho Federal e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Academia Brasileira de Audiologia, além dos pesquisadores nacionais e internacionais envolvidos.
O aplicativo é uma importante ferramenta para identificar perdas auditivas precocemente, fundamental para o tratamento e para evitar impactos negativos na comunicação, nas relações sociais, no trabalho e na qualidade de vida, destacam os pesquisadores. Se o teste indicar alteração, o aplicativo recomenda procurar uma UBS próxima.
Dentro do SUS, o paciente pode receber cuidados iniciais na Atenção Primária à Saúde (APS), ser encaminhado para avaliação audiológica especializada e, se necessário, iniciar o tratamento adequado.
O hearWHO em português é uma das duas versões em línguas não oficiais da OMS, sendo a outra em holandês. Os idiomas oficiais da OMS incluem árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo. O app está disponível na App Store e Google Play.
Como Funciona?
O aplicativo realiza o Teste de Dígitos no Ruído (TDR), método cientificamente validado para triagem auditiva, rápido e fácil, feito em menos de cinco minutos com smartphone e fones de ouvido em ambiente silencioso.
O teste apresenta 23 grupos de três números misturados a ruído de fundo e o usuário deve informar os dígitos que ouviu. Essa abordagem determina a relação sinal-ruído, indicando a capacidade auditiva.
Este método é padrão para desenvolvimento de testes semelhantes em vários países, garantindo dados comparativos e confiabilidade com sensibilidade e especificidade superiores a 85%.
Importante ressaltar que o hearWHO não substitui diagnóstico ou orientações de profissionais especializados.
Além da USP Bauru, UFPB e UFRN, os estudos contaram com o apoio dos pesquisadores Cas Smits, criador do TDR (Universidade de Amsterdã UMC, Países Baixos), e De Wet Swanepoel, responsável pela adaptação do TDR para aplicativo móvel (Universidade de Pretória, África do Sul).