Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), com apoio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), estão criando o Ativa Mente, um aplicativo que ajuda idosos a cuidar melhor da saúde, especialmente para quem tem doenças crônicas como diabetes e pressão alta. Esse projeto faz parte da gerontotecnologia, que combina tecnologia e o envelhecimento para melhorar a vida dos idosos.
O Ativa Mente amplia o alcance de outro projeto chamado Viva Bem, que antes era focado só em diabéticos. Agora, o aplicativo oferece funções como lembretes de remédios, incentivo à atividade física e, como novidade, exercícios para melhorar a memória e a atenção, ajudando o idoso a cuidar da saúde de forma completa.
“Queremos que o idoso tenha o controle do seu cuidado, mantendo a independência e a qualidade de vida por mais tempo”, explica a coordenadora do projeto, professora Silvana Schwerz Funghetto, especialista em envelhecimento humano e tecnologia educacional.
Financiamento para o projeto
O projeto foi escolhido pelo edital FAPDF Learning 2023 e recebeu R$ 1 milhão para comprar equipamentos, desenvolver tecnologia e financiar pesquisas. Um time diverso de professores e alunos de enfermagem, computação, design, psicologia e educação física está participando da criação.
Para Silvana, esse apoio foi essencial para o avanço do projeto:
“O suporte da FAPDF permitiu organizar todas as etapas, desde a análise inicial até o teste com os usuários. Esse investimento ajuda a ciência local e atende a uma necessidade social importante.”
Desenvolvimento com cuidados
O app Ativa Mente está sendo feito com o método Design Instrucional Contextualizado (DIC), que passa por cinco fases: analisar, planejar, criar, aplicar e avaliar. O trabalho inclui oficinas e testes com idosos do Distrito Federal para garantir que o aplicativo atenda ao que eles realmente precisam.
Para validar a eficácia do app, são usados questionários reconhecidos internacionalmente, como:
- SF-36: mede a qualidade de vida em áreas como energia, dor, saúde mental e capacidade de realizar tarefas;
- System Usability Scale (SUS): avalia se o app é fácil de usar;
- Technology Acceptance Model (TAM): mede se os idosos aceitam a tecnologia baseada em sua utilidade e facilidade.
O foco principal do projeto é o autocuidado, incentivando os idosos a cuidar da própria saúde, o que pode diminuir a necessidade de consultas e internações mais complexas.
Benefícios sociais e próximos passos
Espera-se que o Ativa Mente atinja o nível máximo de tecnologia, com registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e distribuição gratuita na Google Play e Apple Store.
Além de ajudar cada idoso, o app vai gerar relatórios que podem ajudar o governo a criar políticas de saúde melhores, com impacto positivo no Sistema Único de Saúde (SUS), ajudando a evitar internações e usar os recursos com mais eficiência.
O projeto já ganhou menção honrosa em dois eventos importantes em São Paulo: o II Congresso Internacional de Tecnologia, Inovação e Gerontologia e o III Seminário Internacional de Inovação e Longevidade.
“Este app não é só uma ferramenta para monitorar a saúde, é um parceiro para ajudar o idoso a manter sua autonomia e qualidade de vida,” reforça a professora Silvana Schwerz Funghetto.