Um dia após entrarem em vigor as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, os Estados Unidos iniciaram nesta quinta-feira (7/8) uma nova fase do tarifaço, agora válida para mais de 60 países e para todos os 27 membros da União Europeia.
De acordo com a Casa Branca, as tarifas foram criadas para proteger a economia dos EUA e combater práticas comerciais consideradas desonestas. As alíquotas variam de 10% a 41%, dependendo do país e dos produtos afetados.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou a medida em 31 de julho. O tarifaço é um conjunto de ações que elevam os impostos sobre produtos importados, o que pode tornar esses produtos brasileiros e de outras nações mais caros e menos competitivos no mercado dos EUA.
Tarifaço contra o Brasil
Na quarta-feira (6/8), os EUA passaram a aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, conforme ordem assinada por Donald Trump em 30 de julho. A medida foi baseada numa lei que permite ações econômicas em caso de ameaça à segurança nacional, declarando uma “emergência nacional” para o Brasil.
Essa decisão se baseia na suposta perseguição do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro, situação vista como ameaça ao Estado de Direito e aos direitos humanos.
Cerca de 700 produtos ficaram isentos da tarifa, incluindo suco de laranja, minério de ferro, peças de aviões civis (como os da Embraer) e combustíveis. No entanto, produtos como carne, frutas e café continuam sendo taxados, itens importantes da pauta de exportação do Brasil.
Países mais e menos afetados
Após o Brasil, a maior tarifa, de 41%, foi aplicada à Síria. Países como Laos e Mianmar receberam sobretaxas de 40%. Suíça (39%), Iraque e Sérvia (35%), além de Argélia, Bósnia e Herzegovina, Líbia e África do Sul (30%) também estão entre os mais afetados. Canadá e Israel também foram incluídos na nova rodada.
No caso do Canadá, a tarifa subiu de 25% para 35% como resposta à inação e retaliação do país no combate ao fentanil, opioide sintético responsável por muitas mortes nos EUA, segundo informações oficiais.
A União Europeia, Japão e Coreia do Sul enfrentarão tarifas de 15% sobre determinados produtos. Costa Rica, Bolívia e Equador tiveram suas taxas aumentadas de 10% para 15%. Reino Unido e Ilhas Malvinas receberam a tarifa mínima de 10%.
Negociações e consequências
Em julho, Donald Trump alertou que países que não fechassem um novo acordo comercial com os EUA até 1º de agosto teriam suas tarifas aumentadas. Como a maioria não conseguiu finalizar as negociações, entraram na nova rodada de tarifas.
No ajuste anunciado na quarta-feira (6/8), a Índia teve suas tarifas elevadas de 25% para 50%, devido à compra de petróleo russo pelo país. O governo dos EUA declarou que essa tarifa é uma medida adicional para lidar com a emergência nacional causada pelas ações da Rússia contra a Ucrânia.
Donald Trump também aplicou tarifas de 50% a outros países, como o Brasil, com justificativas diferentes. Para o Brasil, a medida foi justificada por alegações de relações comerciais injustas e decisões do Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro.
O Brasil mantém comércio com a Rússia, adquirindo produtos como diesel e fertilizantes, o que pode levar a punições adicionais dos EUA, ampliando ainda mais o tarifaço já existente de 50%.