Débitos com empresa que presta serviço totalizam R$ 6,3 milhões. Instituto afirma que valores serão quitados nos ‘próximos dias’; atendimentos de urgência e emergência estão mantidos.
Por atraso em pagamentos, a empresa responsável por fazer exames de imagens nas unidades de saúde administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) suspendeu o atendimento a pacientes eletivos. O serviço foi interrompido nos hospitais de Base e de Santa Maria, além de seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
O documento que comunica a suspensão da realização de exames é dessa segunda-feira (26). De acordo com a RTD Soluções e Imagens, o Iges-DF tem cinco pagamentos atrasados, que totalizam R$ 6,3 milhões em dívidas.
Além disso, no documento, a empresa cita que o contrato com o instituto expirou em 5 de julho e não foi renovado, entretanto, a prestação de serviço continuou até então. Apesar da suspensão, os exames em casos de urgência e de emergência serão mantidos.
Em contrapartida, o Iges-DF informou que não pagou a empresa porque precisou realocar recursos para ações de combate à Covid-19. De acordo com o diretor-presidente da entidade, Paulo Ricardo Silva, a pandemia do novo coronavírus impactou diretamente no orçamento.
“O Iges foi grandemente demandado durante a pandemia e respondeu com a contratação de 1,4 mil funcionários e a compra de medicamentos de alto custo. Em razão disso, algumas obrigações foram atrasadas”, disse Paulo.
O diretor-presidente ainda afirmou que se reuniu com representantes da RTD Soluções e Imagens e garantiu que um dos pagamentos pendentes será quitado “nos próximos dias” e que o serviço será retomado.
Iges-DF
Criado em 2017, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF é um Serviço Social Autônomo (SSA), ou seja, uma entidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
Além do Hospital de Base, o Iges-DF administra o Hospital de Santa Maria e seis UPAs, nas seguintes regiões:
- Ceilândia
- Núcleo Bandeirante
- Recanto das Emas
- Samambaia
- São Sebastião
- Sobradinho
Em setembro, a entidade foi alvo de uma série de mudanças na gestão, em meio à operação Falso Negativo, que apura supostas irregularidades em contratos da saúde local.
À época, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do DF, mandaram um ofício sigiloso ao órgão solicitando a íntegra de sete contratos de compras emergenciais de máscaras cirúrgicas, por dispensa de licitação.
Por meio de nota, o Iges-DF anunciou a criação de “um grupo de trabalho de controladoria, que está auditando os processos relacionados a compras e contratação”.