Apoiadores promoveram uma vigília na porta do condomínio onde reside o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, na noite desta quarta-feira (3/9). A manifestação aconteceu logo após o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é réu, acusado de participar de uma suposta conspiração para tentar manter-se no poder após as eleições de 2022.
Um carro de som foi utilizado durante a vigília. Enquanto discursos eram proferidos, os presentes entoavam cânticos e exibiam cartazes. A maioria dos participantes estava coberta com bandeiras do Brasil. Um dos manifestantes exibia um cartaz escrito: “Abaixo a ditadura do STF”.
Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. Como está impedido de sair e falar diretamente com seus apoiadores, a porta do condomínio se tornou um ponto de encontro nos últimos dias, principalmente após o início do julgamento no STF.
Esta prisão domiciliar foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, no contexto do inquérito 4.995 que investiga uma suposta tentativa de Bolsonaro de intimidar autoridades envolvidas na ação penal 2.668, com o objetivo de atrapalhar o andamento do processo.
A ação penal 2.668 apura a alegada trama golpista que teria começado em 2022 para manter Bolsonaro no poder, mesmo depois da vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro e outros sete réus estão sendo julgados pela Primeira Turma do STF. O julgamento começou na terça-feira (2/9) e deve se encerrar na sexta-feira (12/9).
Visita de deputado
Pela manhã, Bolsonaro recebeu a visita do senador Cleitinho (Republicanos-MG). O político mineiro declarou aos jornalistas na frente do condomínio que o julgamento do ex-presidente é injusto.
“O julgamento é injusto e a maneira como está sendo conduzido também. Essa situação da Polícia Federal monitorar aqui, na casa do Bolsonaro, que não mora só ele, causa constrangimento aos demais moradores. Bolsonaro tem esposa e filhos que não têm relação com esse caso, e ele está sendo tratado como se fosse um terrorista”, criticou Cleitinho.