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sábado, 13/12/2025

Apagão deixa bairros sem água e moradores de São Paulo procuram abrigo em casas de familiares e amigos

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Isabela Palhares, Lucas Lacerda e Gabriela Cecchin
FolhaPress

Algumas áreas da cidade de São Paulo estão enfrentando falta de água nesta sexta-feira (12), depois de ficarem sem energia elétrica por mais de dois dias. Muitas pessoas têm precisado sair de casa.

É o caso do consultor Diego Ucha, 38 anos, que mora na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. A energia caiu na quarta-feira (10) de manhã e, desde quinta-feira (11), a água também não chega mais aos apartamentos.

“A Sabesp está com dificuldades para operar devido à falta de energia. Não é a primeira vez que isso acontece; no ano passado, ficamos cinco dias sem água e luz”, conta.

Este é o quinto apagão que acontece em São Paulo em pouco mais de dois anos, desde novembro de 2023, conforme a Folha de S.Paulo.

Diego tem um filho pequeno e precisou ir para a casa da irmã nesta sexta-feira (12). “Não é possível morar assim. Não tem banho, a comida estragou, e o cheiro da geladeira está insuportável”, relata.

Em Campos Elíseos, Daiana Moraes, 33, também está sem água nesta sexta. Ela está sem energia desde quarta-feira.

“A demora da Enel para consertar a energia afeta diversos serviços essenciais”, diz.

Ela tem ido à academia para tomar banho e trabalha em um shopping na região central. “Pagamos as contas em dia, mas não podemos ficar em casa. Estou gastando muito para conseguir trabalhar”, conta.

Na rua Cristiano Viana, em Pinheiros, um prédio de 26 apartamentos está sem água há quase dois dias, pois a energia está insuficiente para as bombas que enchem as caixas d’água, que secaram na quarta-feira ao meio-dia.

“A Enel ainda não resolveu nada. A falta de água está desgastando física e psicologicamente os moradores. A paciência está acabando”, afirma a síndica, Marisa Figueiredo.

Mesmo com a água voltando na rua, os moradores seguem sem elevador, pois a energia está instável. Um reator estourou na ventania e tocou em árvores, segundo a síndica.

Daniel Contini, arquiteto de 28 anos, mora na Vila Mascote, zona sul, e ficou quase 12 horas sem água. “Pedi ajuda a familiares, mas todos na região estão com o mesmo problema. Comprei água mineral para manter a higiene”, conta.

Ele está quase dois dias sem energia. “Meu celular e carregador acabaram, e preciso sempre descer 9 andares e caminhar para carregar o aparelho e manter contato com minha família”, relata.

Marcela dos Reis Paraíso, designer de 22 anos, da Vila Mariana, está sem água há três dias. “Temos uma caixa d’água, mas está quase vazia, então usamos só para o essencial. A água que chega é fraca, e temos medo de ligar o chuveiro para não danificar o sistema, então usamos balde para tomar banho”, explica.

A Sabesp informou que a falta de água em algumas regiões é causada pela queda de energia, pois o bombeamento depende de eletricidade. Bairros próximos também são afetados, já que as estações atendem várias áreas vizinhas.

Alguns prédios altos podem ficar sem água mesmo se houver abastecimento na rua, pois precisam de energia para bombear até as caixas d’água.

A empresa ativou medidas para minimizar os impactos, como usar o Sistema Flex para deslocar água de áreas com energia para as mais afetadas, reduzindo a região impactada.

Além disso, possui estações movidas a gás e geradores em bombas de água, mas a capacidade dos geradores nem sempre é suficiente para manter o fornecimento.

A Sabesp também disponibilizou caminhões-pipa para atender emergências em algumas áreas.

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