A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a abertura de uma consulta pública que pode abrir caminho para o fim da presença de gordura trans em alimentos.
A Anvisa deve propor a implementação de um limite de 2% dos ácidos graxos trans industriais nos produtos destinados ao consumidor final e também em serviços de alimentação.
O ingrediente é fabricado por meio de um processo industrial que transforma óleo em gordura consistente e é usado para conferir texturas e aumentar a validade de alimentos industrializados.
A proposta da Anvisa surgiu depois que estudos científicos demonstraram que a ingestão de gordura trans contribui para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. As pesquisas observaram que o consumo acima de 1% do valor energético total é responsável pelo surgimento desses problemas.
A Agência estima que, somente no ano de 2010, o consumo excessivo desses ácidos graxos causou 18.576 mortes por complicações coronarianas no Brasil.
A ideia da Anvisa é implementar a mudança em duas etapas: primeiro, limitar em 2% a presença de gordura trans. Se aprovado, as empresas têm um ano e meio para se adaptarem às novas regras.
Em um segundo momento, a Agência proibiria a presença do ingrediente nos alimentos. Neste caso, a indústria teria mais um ano e meio para adequação.
Assim que for aberta, a consulta pública permanecerá no site da Anvisa pelo período de 60 dias.