LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta segunda-feira (23) o índice de 6,06% para o ajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares no Brasil.
Esse percentual máximo que as operadoras podem aplicar vale para o período de maio de 2025 a abril de 2026 e pode ser aplicado no mês de aniversário dos contratos, que corresponde à data de contratação dos serviços.
O reajuste não inclui os planos coletivos, sejam empresariais ou por adesão formalizados por sindicatos e associações, que representam a maior parte do mercado.
O índice oficial da inflação do Brasil, o IPCA, registrou alta de 4,83% em 2024 e acumula 5,32% nos 12 meses até maio de 2025, período mais recente com dados disponíveis, conforme cálculo realizado pelo IBGE.
A ANS, porém, ressalta que não compara diretamente o reajuste dos planos individuais e familiares com o IPCA, pois a taxa vigente considera não apenas a variação de preços, mas também a frequência do uso dos serviços de saúde.
O percentual máximo de 6,06%, confirmado no reajuste anunciado, é inferior ao registrado em 2024 (6,91%), representando a menor taxa desde 2021, quando houve uma redução de 8,19% nas mensalidades devido à diminuição nos gastos assistenciais durante a pandemia de Covid-19.
Por outro lado, os reajustes dos planos coletivos são estabelecidos pelas negociações entre operadoras e contratantes, não sendo definidos limites pela ANS, o que frequentemente acarreta queixas de consumidores.
Os planos individuais e familiares são comercializados diretamente para pessoas físicas, podendo incluir apenas o titular ou também seus dependentes legais.
Em abril de 2025, o Brasil tinha 52,3 milhões de beneficiários de planos de assistência médica, segundo dados da ANS. Deste total, aproximadamente 8,6 milhões (16,5%) eram usuários de contratos individuais ou familiares, enquanto os planos coletivos abrangiam cerca de 43,7 milhões, ou 83,5%, dos beneficiários.
O setor de planos de saúde enfrenta diversas críticas por parte dos consumidores, com reclamações que vão desde o cancelamento de contratos até os aumentos nas mensalidades.
As operadoras, por sua vez, mencionam a elevação dos custos médios dos serviços, em parte devido à incorporação de novas tecnologias e ao envelhecimento da população, o que tende a aumentar a demanda por serviços de saúde.
Nos primeiros três meses de 2025, as empresas do setor obtiveram um lucro liquido de R$ 6,9 bilhões no país, conforme divulgado pela ANS neste mês, mais que o dobro do registrado no mesmo período em 2024, que foi de R$ 3,1 bilhões.