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quinta-feira, 04/09/2025

Anexação da Cisjordânia aumenta conflitos com Israel

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Os Emirados Árabes Unidos (EAU) alertaram Israel nesta quarta-feira (3/9) que a anexação da Cisjordânia seria uma “linha vermelha” e comprometeria o espírito dos Acordos de Abraão, que estabeleceram laços entre Abu Dhabi e Israel. Enquanto isso, a situação na Cisjordânia ocupada continua a se agravar.

A Autoridade Palestina informou na terça-feira (2/9) que em agosto ocorreram 1.613 ataques provenientes do exército e de colonos contra os palestinos.

A declaração dos Emirados ocorre no momento em que Bezalel Smotrich, ministro israelense das Finanças e defensor da anexação completa da Cisjordânia, anunciou em agosto a retomada de um projeto polêmico para criar uma colônia que dividiria Jerusalém Oriental da Cisjordânia ocupada.

A Autoridade Palestina, que administra parte da Cisjordânia, e grande parte da comunidade internacional rejeitam o plano, considerando-o ilegal e alegando que fragmentaria o território, inviabilizando esforços de paz.

Os Emirados Árabes Unidos, cujas relações com Israel foram normalizadas em 2020 pelos Acordos de Abraão, também criticaram o projeto, em uma manifestação mais dura desde o começo da guerra em Gaza, em outubro de 2023.

Escalada da tensão na Cisjordânia ocupada

A violência cresce numa época em que diversos países, inclusive a França, manifestam intenção de reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia Geral da ONU.

Um dos focos da crise é Hebron, no sul da Cisjordânia, onde a violência se intensifica e o prefeito da cidade foi detido pelo exército israelense. Tayssir Abou Chneyné teve sua residência invadida e saqueada pelas tropas israelenses. Isso acontece enquanto a mídia local divulga planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de substituir lideranças da Autoridade Palestina por figuras locais favoráveis a Israel.

Na terça-feira, colonos israelenses ocuparam novas residências palestinas na parte antiga de Hebron, evento considerado “histórico” pela emissora israelense Canal 14. O diretor de uma escola judaica afirmou ter atuado com apoio oficial do governo e do exército.

Despejos, desfiles de colonos, disparos reais do exército e queimadas de terras agrícolas têm agravado ainda mais a situação na cidade, que abriga o Túmulo dos Patriarcas, incluindo Abraão, e está no centro dos esforços dos colonos liderados por Bezalel Smotrich.

Essa onda de violência ocorre poucos dias antes da possível declaração de reconhecimento do Estado palestino por vários países, como a França, que prometeu oficializar essa posição durante a Assembleia Geral da ONU em setembro.

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