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segunda-feira, 15/09/2025

Aneel marca reunião sobre risco de apagão por energia solar em excesso

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ALEXA SALOMÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) organizou uma reunião para sexta-feira (19) para discutir o perigo de apagões causados pelo aumento rápido da energia solar produzida em pequenas instalações.

Essa forma de energia, chamada de geração distribuída (GD), foi criada para residências e pequenos negócios, mas cresceu muito em fazendas e conjuntos residenciais, quase toda gerada por painéis solares.

Atualmente, existem mais de 43 gigawatts dessa energia em uso, 95% dela solar, que não é prevista no planejamento do setor e não pode ser controlada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável por manter o equilíbrio da rede elétrica.

O ONS tem relatado dificuldades constantes para manter o fornecimento estável e seguro. Em momentos como o almoço do Dia dos Pais, cerca de 40% da energia do país veio de painéis solares, o que quase causou um apagão e levou a medidas emergenciais.

A Aneel ressalta a necessidade de encontrar soluções para garantir a segurança do sistema energético.

Recentemente, oito entidades do setor enviaram uma carta ao Congresso Nacional destacando os riscos dos atuais subsídios para a geração distribuída.

Embora exista uma lei de 2022 que reduz gradualmente esses benefícios, há pressão para mantê-los, e as entidades querem chamar a atenção dos parlamentares para os impactos negativos da política atual.

De janeiro a julho deste ano, foram concedidos quase R$ 10 bilhões em subsídios, sendo que R$ 4,6 bilhões foram pagos pelos consumidores que não podem escolher livremente seu fornecedor de energia.

Segundo as entidades, a geração distribuída tem causado alta variação nos preços da energia e os investidores não assumem os custos que esse modelo impõe ao sistema.

Além disso, essa forma de geração favorece consumidores ricos que podem investir em painéis solares e penaliza os consumidores mais pobres, que acabam pagando a conta.

A carta também alerta para o perigo de colapso no setor elétrico por causa dos subsídios que geram lucros elevados para alguns investidores, mas provocam distorções econômicas negativas.

As entidades destacam o problema da produção excessiva de energia solar em determinados horários, o que provoca a necessidade de desligar abruptamente outras fontes de energia para evitar sobrecarga e apagões.

Esse processo, conhecido como “curtailment”, causa prejuízos financeiros e variações bruscas nos preços durante os horários de pico.

O desequilíbrio no setor aumenta as tarifas e força o uso de usinas termelétricas em horários sem sol, elevando os custos e as emissões de gases poluentes.

Entre os signatários da carta estão associações representando energia eólica, investidores, distribuidoras, produtores independentes e consumidores, todos preocupados com o futuro do sistema elétrico.

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