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segunda-feira, 29/12/2025

Anderson Torres e Silvinei aproveitam o sol no jardim da prisão Papudinha

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Anderson Torres e Silvinei Vasques têm passado parte de seus dias sob o céu aberto e em silêncio quase absoluto, no chamado “jardim carcerário” do 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha. Este local, destinado a presos com prerrogativa de Estado-Maior, serve como área para banho de sol, sempre sob a rigorosa vigilância de três policiais militares atentos a cada movimento dos detentos.

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso desde 25 de novembro, compartilha atualmente a cela com o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que foi transferido para o batalhão na tarde do último sábado (27/12). Ele chegou a Brasília em voo oficial da Polícia Federal, trazendo apenas uma pequena mala, evidenciando a rapidez da prisão, que já era esperada.

No jardim da prisão, embora não existam grades visíveis, a liberdade é restrita. O espaço verde contrasta com a tensão do momento: Torres e Silvinei caminham lentamente, tomam sol e conversam pouco, sempre monitorados de perto pelos policiais responsáveis.

O Núcleo de Custódia da Polícia Militar, onde o jardim está localizado, é exclusivo para policiais militares e autoridades que têm direito a cela especial.

A chegada de Silvinei Vasques ao local foi registrada em vídeo pela imprensa. Condenado a mais de 24 anos por tentativa de golpe de Estado, ele estava em liberdade aguardando o julgamento final no Supremo Tribunal Federal, mas já cumpria medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica e restrição para sair do país.

A situação mudou após uma tentativa de fuga na madrugada do dia 26 de dezembro, quando foi preso no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, Paraguai. Segundo as investigações, tentou embarcar com documentos falsos tentando seguir para outros países na América Latina.

A violação da tornozeleira eletrônica acionou alertas às autoridades brasileiras e estrangeiras, e a Polícia Federal no Paraguai coordenou a prisão realizada pelos agentes locais. Em seguida, o ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva do ex-diretor da PRF.

Silvinei Vasques fazia parte do núcleo central da trama golpista, sendo responsável por coordenar bloqueios em rodovias no dia da eleição de 2022, com o objetivo de dificultar a votação em áreas favoráveis ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação classificou essas ações como crimes de prevaricação e violência política.

Agora, Anderson Torres e Silvinei Vasques compartilham não apenas a cela, mas também uma rotina rígida de prisão na Papudinha. O momento do banho de sol no jardim tornou-se um símbolo da queda de dois importantes nomes que exerceram papéis centrais na segurança pública durante o governo Bolsonaro.

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