Praticar exercícios regularmente, especialmente caminhar, é uma das melhores maneiras de evitar a perda de força física com a idade. Um estudo recente realizado na Universidade de Medicina de Chicago, nos Estados Unidos, descobriu que aumentar a velocidade da caminhada pode trazer grandes benefícios para idosos que estão começando a apresentar sinais de fragilidade.
A pesquisa, publicada na revista PLOS ONE, mostrou que caminhar cerca de 14 passos a mais por minuto do que o habitual ajuda a melhorar significativamente a capacidade física de idosos frágeis ou pré-frágeis. Os participantes do estudo geralmente caminhavam entre 77 e 100 passos por minuto, e o aumento representa um acréscimo de 15 a 20% em sua velocidade normal.
Vantagens de caminhar
A caminhada é um exercício de baixo impacto e acessível a quase todas as pessoas. Ela auxilia na melhoria da circulação sanguínea, fortalece o coração, ajuda a controlar o peso corporal e promove o bem-estar mental. Recomenda-se que a caminhada seja feita de três a cinco vezes por semana, com duração entre 30 e 60 minutos.
Velocidade correta melhora a saúde
O estudo envolveu 102 idosos classificados como frágeis ou em risco de fragilidade, divididos em dois grupos. Um grupo caminhava em seu ritmo habitual, enquanto o outro caminhava o mais rápido possível sem sentir dor, com a cadência monitorada por sensores. Aqueles que conseguiram atingir aproximadamente 100 passos por minuto apresentaram melhorias expressivas na capacidade cardíaca e respiratória, além de melhores resultados em testes físicos após três meses de acompanhamento.
Segundo o anestesiologista Daniel Rubin, autor do estudo, “pessoas sem fragilidade muitas vezes não percebem a diferença que faz não se cansar ao realizar tarefas simples, como ir ao mercado ou sair de casa”.
Como acompanhar o progresso
Os cientistas recomendam que as pessoas monitorem a velocidade da sua caminhada com auxílio de aplicativos para celular ou pulseiras inteligentes, que contam os passos por minuto. O ideal é começar medindo o ritmo confortável atual e, aos poucos, aumentar até alcançar cerca de 100 passos por minuto, respeitando sempre as limitações pessoais.
O Dr. Rubin destaca que, mesmo caminhadas em ritmo moderado tiveram efeitos positivos nos participantes, e que acelerar o passo de forma moderada pode preservar funções motoras e garantir maior independência dos idosos, ajudando a evitar quedas e hospitalizações comuns nessa faixa etária.
Com ferramentas simples, como metrônomos ou aplicativos, é possível que os idosos insiram caminhadas mais intensas em suas rotinas, melhorando sua mobilidade sem a necessidade de ir mais longe, apenas com um ritmo um pouco mais acelerado.