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quarta-feira, 16/07/2025

Andar 7 mil passos por dia pode diminuir risco de câncer

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Uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido confirma que fazer atividade física diariamente está ligado a uma menor chance de desenvolver câncer. Publicado no British Journal of Sports Medicine, o estudo indica que o total de passos diários é mais importante do que a intensidade do exercício.

A investigação envolveu mais de 85 mil pessoas com idade média de 63 anos, que usaram dispositivos no pulso durante uma semana para medir seus movimentos. Os dados foram analisados junto com registros médicos dos cinco anos seguintes para verificar a relação entre atividade física e 13 tipos de câncer relacionados ao sedentarismo.

Os resultados mostraram que quem se movimentava mais tinha 26% menos probabilidade de ter câncer. A descoberta principal foi que a partir de 7 mil passos diários, o risco diminui em 11% em comparação com 5 mil passos. Com 9 mil passos, a redução foi de 16%, e aos 13 mil passos esse benefício se estabiliza.

Importância da intensidade

A velocidade da caminhada, se rápida ou lenta, não alterou o risco de câncer após alcançar o número total de passos. Isso reforça que o volume de atividade física é mais relevante do que o esforço para a prevenção da doença.

Esse achado desafia a ideia comum de que somente exercícios moderados ou intensos, como corrida ou musculação, são eficazes na diminuição do risco.

Até mesmo movimentos leves, como caminhar casualmente ou realizar tarefas domésticas, mostraram ligação com menor incidência de câncer.

Ana Paula Garcia Cardoso, oncologista do Einstein Hospital Israelita, destaca que “scientificamente, não há comprovação que o exercício precise ser intenso para prevenir câncer. A ideia errada pode afastar pessoas da atividade regular e sustentável”.

Ela observa que ter uma meta clara, como um número específico de passos, facilita a adoção da prática e torna o objetivo mais acessível.

Por que caminhar ajuda contra o câncer?

Ana Paula Garcia Cardoso explica que caminhar combate o sedentarismo e ajuda a evitar a obesidade, um dos principais fatores de risco para várias doenças, inclusive o câncer.

Segundo ela, incentivar hábitos simples, como caminhar diariamente, é um modo eficaz para ativar a população e diminuir o risco de obesidade e câncer.

Os 7 mil passos equivalem a aproximadamente 5 a 6 quilômetros por dia, uma recomendação simples e acessível para pessoas de todas as idades e condições físicas. Para quem tem vida mais sedentária, pequenas mudanças já trazem benefícios.

Ela ressalta também que hoje a maioria pode usar aplicativos para monitorar passos, o que ajuda a ter consciência do benefício de caminhar regularmente não só para reduzir o risco de câncer, como também para proteger contra doenças cardíacas e neurológicas.

Alcançar 13 mil passos por dia representa um nível de atividade mais elevado, porém ainda possível. Ana Paula Garcia Cardoso sugere que isso incentive as pessoas a se movimentarem mais, deixando o carro de lado e caminhando mais.

Mais movimento, menos tempo parado

Outro ponto importante do estudo é que qualquer movimento que substitua tempo parado, mesmo que leve, traz benefícios.

A oncologista afirma: “Estudos indicam que até metade dos casos de câncer podem ser evitados com mudanças no estilo de vida, como não fumar, comer bem, praticar exercícios e manter peso saudável”.

Esses hábitos saudáveis não só previnem a doença, como também reduzem as chances de recorrência em pacientes já diagnosticados.

Ela ressalta que a prevenção primária é essencial e envolve parar de fumar, iniciar atividade física, evitar sedentarismo, manter peso e alimentação adequados, além de vacinação contra HPV e hepatite B.

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