A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) manifestou seu apoio ao Banco Central (BC) diante das recentes dúvidas levantadas sobre a liquidação do Banco Master. O apoio veio após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcar uma acareação para discutir o caso.
Em comunicado, a Anbima ressaltou que o Banco Central precisa manter autonomia e independência para decidir sobre liquidações extrajudiciais de instituições financeiras sempre que julgar necessário. Esses procedimentos são fundamentais para proteger o sistema financeiro e evitar riscos maiores que possam afetar toda a economia.
A entidade também destacou a competência e a eficiência do BC na supervisão do setor bancário, ressaltando que suas decisões são baseadas em critérios técnicos, imparciais e prudenciais.
Segundo a Anbima, reverter a liquidação do Master poderia prejudicar a economia, enfraquecer a independência do Banco Central e reduzir a confiança no mercado financeiro brasileiro. A associação reforçou que um regulador forte como o BC é essencial para a estabilidade econômica do país.
O comunicado reforça o apoio do setor financeiro ao modo como o Banco Central tem conduzido o caso do Master. Anteriormente, outras associações importantes do setor bancário e de fintechs também emitiram notas em apoio à autoridade monetária.
De forma reservada, banqueiros têm elogiado a decisão do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que ordenou a liquidação extrajudicial do Master no mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu o presidente da instituição, Daniel Vorcaro. O BC apontou grave crise financeira e indícios de irregularidades na instituição.
No fim de novembro, o Tribunal Regional Federal (TRF) autorizou a soltura de Vorcaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica.
A decisão do BC também foi questionada pelo ministro Jhonatan de Jesus, do Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu explicações. Após isso, o ministro Dias Toffoli agendou uma acareação para discutir o assunto, que incluirá o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, além de Vorcaro e do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. O BRB está envolvido devido a suspeitas de irregularidades na tentativa de compra do Master.
Estadão Conteúdo

