André Fleury Moraes
São Paulo, SP
Familiares e amigos de Tainara Souza Santos, de 31 anos, clamaram por justiça durante o velório dela, que aconteceu no cemitério da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (26). Tainara faleceu na última quarta-feira (24), após ficar mais de 25 dias internada, depois de ter sido atropelada e arrastada por Douglas Alves da Silva, de 26 anos, com quem, segundo relatos, teve um relacionamento.
Várias pessoas foram ao cemitério a partir das 8 horas, muitas delas vestindo camisetas com a foto de Tainara e portando cartazes.
Uma grande bandeira feita por um time de várzea do norte da cidade, onde a jovem vivia, tinha as frases “exemplo de força” e “estamos com você”.
Tainara deve ser enterrada após as 12 horas.
“É uma tristeza muito grande, e a família está desesperada, agora buscando justiça”, disse à Folha o advogado Fabio Costa, que representa a família da jovem.
A defesa deve apresentar ainda hoje ao Judiciário a certidão de óbito e pedir que Douglas seja julgado por feminicídio qualificado.
Em seu depoimento à polícia, Douglas disse que não conhecia Tainara e que tentou intervir numa briga entre ela e outro homem, que a acompanhava. Ele afirmou que não percebeu que havia atropelado e arrastado a vítima. Douglas está preso em Guarulhos.
Porém, investigações policiais indicam que o atropelamento foi intencional, motivado por ciúmes. O suspeito teria se desentendido com o homem que estava com Tainara e, em seguida, avançou com o carro contra os dois.
Douglas enfrentava acusações por tentativa de feminicídio e também por tentativa de homicídio contra o homem que estava com Tainara – que conseguiu escapar, mas sofreu ferimentos.
Tainara passou por cinco cirurgias após o acidente e precisou amputar ambas as pernas. Na segunda-feira (23), realizou seu último procedimento, para retirar pele a ser usada como enxerto na região do glúteo. Um dia depois, ela veio a falecer.

