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quarta-feira, 03/12/2025

Amigo diz que homem preso atropelou Tainara de propósito após vê-la conversar com outro homem

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Em Brasília

Francisco Lima Neto e Paulo Eduardo Dias
Folhapress

Um jovem de 19 anos, amigo de Douglas Alves da Silva, 26, que está preso acusado de atropelar e arrastar por 1 km Tainara Souza Santos, 31, revelou que Douglas agiu de propósito ao ver Tainara conversando com outro homem em um bar.

Kauan Silva Bezerra, que estava no carro na hora do atropelamento, foi testemunha do ocorrido. Segundo Kauan, Tainara havia terminado o namoro com Douglas recentemente.

Kauan contou que conhece Douglas há quatro anos e que no dia 29 de novembro, quando tudo aconteceu, foram até um bar na rua Tenente Amaro Felicissimo da Silveira, na Vila Maria. Lá, Douglas ficou muito irritado ao ver Tainara falando com outro homem. Essas informações foram dadas em depoimento no 73° DP (Jaçanã).

A testemunha disse que Douglas discutiu com Tainara e com o homem que estava com ela. Logo depois, Douglas chamou Kauan para ir embora.

Entraram no carro, um Golf Preto, mas em vez de sair, Douglas deu uma volta pelo rio e, de repente, acelerou o carro em direção a Tainara, que não teve tempo de se proteger.

Kauan relatou que enquanto Tainara estava presa embaixo do carro, Douglas puxou o freio de mão e acelerou para tentar machucá-la gravemente. Kauan tentou impedir o amigo, mas Douglas estava fora de si.

Depois Douglas soltou o freio e saiu acelerando.

Kauan percebeu que algo ainda estava preso embaixo do carro, era Tainara. Ele brigou com Douglas para que ele parasse. Quando finalmente o carro parou na marginal Tietê, Kauan viu Tainara caída no chão.

A testemunha disse que nunca aprovou ou apoiou o que Douglas fez.

Douglas arrastou o corpo de Tainara por cerca de um quilômetro. Depois do acidente, Tainara teve as duas pernas amputadas e está internada em estado grave.

Em depoimento no dia 1º, Douglas disse que não conhecia Tainara nem o homem que estava com ela.

O advogado de Tainara contou que eles tiveram algumas vezes um relacionamento, mas nada sério.

Recorde de feminicídio

Em 2025, a cidade de São Paulo registrou 53 casos de feminicídio, o maior número da história, mesmo faltando dois meses para o ano acabar. Em 2024, foram 51 casos durante o ano todo até então o maior já registrado.

Um estudo do Instituto Sou da Paz mostrou que São Paulo foi palco de 1 a cada 4 feminicídios no estado. Comparando os primeiros dez meses de 2025 com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 23% na cidade. Em relação a 2023, o aumento foi de 71%.

Esses dados mostram a violência crescente contra mulheres, sendo que a maioria dos casos ocorre dentro de casa (67%) e as vítimas são atacadas com facas ou objetos cortantes, usados em mais da metade dos casos no estado.

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