Uma pesquisa feita pelo Movimento Pessoas à Frente e pela República.org, divulgada em 26 de novembro, identificou que cerca de 40 mil servidores públicos brasileiros pertencem ao 1% mais rico da população, com rendimento anual superior a R$ 685 mil. O estudo ainda apontou que o Brasil gastou aproximadamente R$ 20 bilhões em salários que excederam o limite legal para remuneração pública.
Sérgio Guedes-Reis, pesquisador da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), conduziu a análise utilizando dados de dez países: Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Itália, México, Portugal e Reino Unido.
Dentre esses países, o Brasil apresenta o maior gasto com pagamentos acima do teto salarial, equivalente a R$ 20 bilhões, valor 21 vezes maior que o da Argentina, que ocupa o segundo lugar.
Os grandes salários estão majoritariamente concentrados em três grupos profissionais: o sistema judiciário, com R$ 11,5 bilhões; o Ministério Público, com R$ 3,2 bilhões; e o Executivo Federal, com R$ 4,33 bilhões, dos quais 82% pertencem à Advocacia-Geral da União e às procuradorias federais.
Estes servidores representam 1,34% de uma amostra de 4 milhões, enquanto a maioria, cerca de 70%, recebe até R$ 6 mil por mês, conforme dados do República em Dados, da República.org.
Em relação aos juízes, o estudo destaca que aproximadamente 11 mil tiveram rendimentos superiores a US$ 400 mil, considerando o ajuste pelo poder de compra.
Países como Chile, Reino Unido e Estados Unidos conseguiram diminuir essas desigualdades salariais em seus setores públicos, adotando medidas eficazes para reduzir os excessos na remuneração dos servidores.
