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quinta-feira, 25/12/2025

Altos impostos e dificuldade com dermatologistas pioram câncer de pele no Brasil

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Em Brasília

Dr. Frederico destacou a necessidade de avanços no diagnóstico precoce do câncer de pele. O elevado imposto sobre protetores solares e o difícil acesso a especialistas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram apontados como grandes desafios no combate a essa doença, durante um seminário realizado pelas comissões de Saúde e de Legislação Participativa.

Dr. Frederico, que liderou a discussão, criticou a falta de representantes do Ministério da Saúde no evento e questionou a aplicação dos recursos destinados à oncologia. Segundo ele, o orçamento aumentou, mas está voltado principalmente para tratamentos caros, enquanto a assistência básica e o diagnóstico precoce ficam desamparados.

Tributação do protetor solar

Letícia Oba Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Distrito Federal (SBD-DF), apresentou dados que mostram o alto custo da prevenção. Uma família de quatro pessoas precisaria gastar cerca de R$ 2 mil anuais para usar protetor solar corretamente, o que representa 18% de um salário mínimo. A médica ressaltou que o imposto sobre esses produtos chega a 40%, e a isenção poderia reduzir o preço pela metade. Ela sugeriu também a distribuição gratuita de protetor solar pelo SUS para grupos de risco e trabalhadores expostos ao sol, além da regulamentação da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) para reconhecer a radiação solar como risco ocupacional que exige Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Desigualdade no acesso

Sérgio Palma, diretor de Comunicação da SBD, revelou pesquisa do Datafolha que mostra que 90 milhões de brasileiros acima de 16 anos nunca consultaram um dermatologista. A pesquisa evidencia disparidades raciais e de gênero: 58% dos que nunca tiveram acesso ao especialista são negros, e apenas 15% dos homens mantêm cuidados regulares com a pele, contra 24% das mulheres. Segundo ele, um em cada cinco brasileiros não sabe aonde recorrer em caso de problemas dermatológicos, o que reforça a urgência de integrar a dermatologia à atenção básica do SUS.

Uso da teledermatologia

Para superar a falta de especialistas em áreas remotas, Carlos Barcaui, presidente da SBD, e Regina Carneiro, secretária-geral da entidade, defenderam a teledermatologia. Eles anunciaram um projeto-piloto em que médicos da atenção básica poderão enviar fotos de lesões suspeitas para avaliação remota por especialistas, acelerando o diagnóstico. A telemedicina é considerada ideal para dermatologia por envolver análise visual. Com tecnologia e treinamento adequado, é possível evitar deslocamentos longos para casos simples e garantir que situações graves recebam atendimento rápido.

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