Por Vítor Ventura
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Uma produtora chamada Ana Pereira, de 38 anos, recebeu uma ligação falsa enquanto se dirigia ao Aeroporto de Brasília. Esse golpe, onde criminosos se passam por advogados, é uma das fraudes digitais que têm crescido no Distrito Federal. Segundo a pesquisa da Serasa Experian, o DF lidera a quantidade de tentativas de golpes digitais em abril de 2025, com 7.759 casos para cada milhão de habitantes.
Ana conseguiu perceber que estava sendo enganada. Os criminosos copiaram o WhatsApp e documentos de um escritório de Belo Horizonte que a representa, enviando uma mensagem que parecia real. Em seguida, um homem ligou por vídeo pedindo informações pessoais e orientando a produtora a acessar seu banco para confirmar uma transação. No momento em que ela ia seguir as instruções, a ligação caiu. Ao contatar o escritório verdadeiro, percebeu que tudo era um golpe. Ela estava distraída e não percebeu o risco na hora, pois o documento enviado parecia legítimo.
Relatório da Ordem dos Advogados do Brasil mostrou que 84 pessoas denunciaram essa fraude no DF desde janeiro de 2025. No ano anterior, a Polícia Civil registrou 18.572 golpes virtuais, com um crime a cada 28 minutos. Esses golpes representam quase 70% de todos os crimes virtuais no DF em 2024.
Golpes aumentam entre os jovens
O estudo da Serasa Experian revela que os golpes digitais cresceram 50% entre pessoas com até 25 anos no Brasil, comparando abril de 2025 com o mesmo período do ano anterior.
A universitária Geovanna Macedo, de 22 anos e moradora de Samambaia, também foi enganada ao tentar comprar um ingresso pela internet. O criminoso anunciou o ingresso para um evento, criou um perfil aparentemente confiável no Instagram e recebeu metade do valor via Pix. Depois, enviou uma nova chave Pix e não respondeu mais. Geovanna tentou recuperar o dinheiro, porém teve bastante dificuldade.
Dicas para evitar golpes na internet
A Serasa Experian recomenda manter senhas fortes e seguras em documentos, celulares e cartões. Também alerta para desconfiar de ofertas muito baratas, pois golpistas usam e-mails, SMS e sites falsos para obter dados pessoais e senhas.
A Polícia Civil do DF destaca golpes comuns, como o do motoboy, onde o golpista ao telefone se passa por funcionário do banco e depois que pega o cartão da vítima realiza saques e compras indevidas.
Outro golpe frequente é o perfil falso no WhatsApp, que usa foto da vítima e pede dinheiro aos contatos dela. Quem for vítima pode registrar ocorrência online na Delegacia Eletrônica da PCDF ou ligar para 197 para denunciar.