Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), afirmou em São Paulo que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, tem dificultado o acesso ao crédito imobiliário para muitas famílias.
Segundo França, a cada 1% que a Selic sobe, cerca de 166 mil famílias deixam de conseguir financiamento para comprar imóveis. Por isso, ele defende a necessidade de um modelo que garanta juros baixos e estáveis.
Durante o evento Incorpora 2025, um dos maiores do setor imobiliário, Luiz França destacou a urgência do Banco Central começar a reduzir a Selic e criar condições para manter os juros baixos a longo prazo.
Ele afirmou que o equilíbrio das contas públicas é essencial para essa queda nos juros. Segundo ele, é importante adotar medidas que equilibrem as finanças do governo, simplifiquem a estrutura do Estado e reduzam a burocracia. A aprovação de uma reforma administrativa é vista como um passo positivo nesse caminho.
Banco Central
Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% por um período prolongado, devido às dúvidas sobre o cenário econômico mundial e à desaceleração do crescimento do Brasil.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticaram a decisão. A CNI afirmou que não há crescimento sustentável com juros tão altos, prejudicando a inovação, a indústria e o acesso ao crédito.
A CUT destacou que o financiamento para imóveis e veículos se torna quase impossível, e que crédito com juros justos é o caminho para controlar a inflação sem afetar a população.
