O almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos (USSOUTHCOM), órgão responsável pelas ações militares americanas na América Latina, comunicou sua aposentadoria programada para dezembro de 2025. Ele deixa o cargo menos de um ano após sua posse, em um cenário de crescentes tensões com a Venezuela e críticas relacionadas às operações militares na região do Caribe.
Holsey assumiu o comando em novembro de 2024, encarregado de supervisionar as missões estratégicas na América Latina, incluindo o enfrentamento ao tráfico de entorpecentes. Desde setembro, operações conduzidas sob autorização do governo Trump resultaram na destruição de diversas embarcações e em dezenas de mortes próximas à costa venezuelana, classificadas pelos Estados Unidos como ações contra “combatentes ilegais”.
Além disso, o presidente Trump confirmou a existência de missões clandestinas da CIA na Venezuela, aumentando a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro e gerando controvérsia tanto nos EUA quanto internacionalmente.
A decisão de Holsey de se aposentar pode refletir conflitos internos, principalmente com o secretário de Guerra, Pete Hegseth, e preocupações acerca dos ataques realizados contra embarcações supostamente ligadas ao transporte de drogas pelo Caribe.
Essa saída representa um momento delicado na política externa norte-americana voltada para a América Latina, em meio a críticas severas da comunidade internacional e de grupos políticos, que condenam as ações como inaceitáveis.
A mudança na liderança do comando sul norte-americano destaca a instabilidade no comando militar dos EUA e evidencia a complexidade dos desafios de segurança na região, em uma fase de intensificação dos atritos entre Washington e Caracas.