Assim como os idosos humanos, cães na fase avançada da vida necessitam de uma alimentação que atenda às suas condições específicas de saúde.
Considerando que o Brasil possui cerca de 68 milhões de cães, de acordo com dados da Euromonitor em 2022, é essencial prestar atenção especial às necessidades nutricionais desses pets idosos.
Um estudo realizado na Coreia, publicado no Journal of Animal Science and Technology, aponta que a digestibilidade dos nutrientes afetada pela idade e pelo teor de umidade dos alimentos pode influenciar diretamente a saúde dos cães mais velhos.
Cães de porte médio, ao atingirem cerca de sete anos, entram na fase sênior, e a partir desse momento é recomendada a adaptação de sua dieta, sempre com acompanhamento veterinário.
Com o avanço da idade, ocorre uma diminuição da digestibilidade dos alimentos e dificuldades na mastigação, frequentemente causadas pela perda de dentes, o que impacta a escolha dos alimentos oferecidos.
Pesquisas do Instituto Nacional de Ciência Animal da Coreia mostraram que cães idosos necessitam de aproximadamente 20% menos energia do que cães adultos, devido a mudanças fisiológicas e metabólicas, como a redução da massa muscular, do sistema imunológico e da atividade enzimática.
Por isso, alimentos úmidos são frequentemente escolhidos por tutores e profissionais por serem mais fáceis de consumir e mais palatáveis para cães idosos, que geralmente apresentam apetite reduzido.
Além das opções comerciais, existe a alimentação caseira, porém é fundamental a orientação e supervisão veterinária antes de modificar a dieta do animal.
Cães que desenvolvem hipersensibilidade alimentar na velhice devem receber dietas restritivas, contendo uma única fonte de proteína e carboidrato, como cordeiro ou coelho e batata, conforme estudo da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista. Essa dieta é recomendada para diagnóstico, aplicada por 4 a 8 semanas, e não deve ser mantida a longo prazo devido à falta de balanceamento nutricional completo.
Além da alimentação, a qualidade de vida do cão idoso deve ser valorizada, oferecendo ambiente saudável, hidratação constante, acompanhamento veterinário e compreensão das limitações naturais decorrentes da idade.