A rápida aprovação pela Rússia, com a publicação de apenas alguns ensaios, minou a confiança do mundo na vacina; Putin disse que sua própria filha já a tomou
A Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida por um instituto do governo russo, foi recebida com muito ceticismo por parte de reguladores globais. Exceto na América Latina. Na Argentina, Venezuela e, agora, na Bolívia – todos sob o comando de presidentes de esquerda que apoiam o líder russo Vladimir Putin -, a Sputnik foi aprovada para uso emergencial. No total, os países já encomendaram mais de 30 milhões de doses da vacina.
No mês passado, a Argentina se tornou o primeiro país além da Rússia a distribuir a vacina Sputnik. E os governos da Nicarágua e de Cuba, também antigos aliados de Putin, disseram que a Rússia poderia começar a produzir a vacina em fábricas locais.
Reguladores em muitos países não estão dispostos a aprovar rapidamente a Sputnik V, mesmo com o sinal verde para as vacinas dos EUA e da Europa. A rápida aprovação da vacina pela Rússia, antes que seus desenvolvedores publicassem dados científicos e depois de apenas alguns ensaios, minou a confiança.
A Rússia diz que as críticas são parte de uma longa campanha de desinformação contra o país, e Putin disse que sua própria filha tomou a vacina.
O Ministério da Saúde da Argentina informou que as primeiras 39.599 vacinações haviam produzido 1.088 reações adversas até 3 de janeiro, como febre e dores de cabeça.
Mais de 15,6 milhões de doses de diversas vacinas em 37 países foram administradas até agora, segundo dados coletados pela Bloomberg.