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sexta-feira, 07/11/2025




Aliados de Bolsonaro contam com secretário de Estado dos EUA nas negociações

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Em Brasília

Apesar do tom cordial no diálogo entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, a oposição ligada a Jair Bolsonaro (PL) agora deposita suas expectativas no secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, nomeado para liderar as conversas sobre as tarifas americanas contra o Brasil.

A ligação entre Trump e Lula aconteceu na última segunda-feira (6/10) e durou 30 minutos. O principal ponto discutido foi a política tarifária dos EUA contra o Brasil. Lula solicitou ainda que o presidente americano reavalie as sanções impostas a autoridades brasileiras.

O contato entre os dois líderes ocorreu após um encontro breve na Assembleia Geral da ONU. Trump mencionou ter tido uma ótima conexão com o presidente brasileiro naquele evento.

Após a chamada, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro movimentaram-se nas redes sociais com esperança de que a condenação do ex-presidente seja considerada durante as tratativas entre Brasília e Washington.

Isso porque Marco Rubio, responsável pelas negociações pelo lado americano, tem um histórico crítico a governos progressistas. O blogueiro Paulo Figueiredo reagiu nas redes sociais com descrença diante da escolha de Rubio para conduzir as negociações com o Brasil.

Os filhos de Bolsonaro também expressaram confiança na condução de Rubio. Em entrevista ao Metrópoles, o senador Flávio Bolsonaro destacou que o secretário conhece os impactos do socialismo, referindo-se a ele.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA buscando apoio para sanções contra o Brasil, comentou que Rubio não será persuadido pelo discurso de Lula.

Trajetória de Marco Rubio

Filho de imigrantes cubanos, Marco Rubio tornou-se o primeiro chefe da diplomacia dos EUA de origem latina durante a gestão de Trump. Atuou como senador entre 2010 e 2025, sendo figura importante da ala ideológica do governo americano, criticando governos de esquerda.

Rubio foi incisivo durante a ofensiva dos EUA contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, criticando a condenação do ex-presidente Bolsonaro.

Rubio afirmou que os Estados Unidos responderão à perseguição política contra o ex-presidente brasileiro, em referência ao julgamento liderado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em outra ocasião, o secretário de Estado manifestou críticas a autoridades brasileiras ligadas ao programa Mais Médicos, incluindo o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, contextualizando como parte de uma retaliação aos laços com o regime cubano.

Além disso, a condução das negociações comerciais pelo secretário de Estado, e não pelo representante comercial dos EUA, sugerem para parte da oposição brasileira que as conversas podem envolver também temas políticos referentes a Bolsonaro.

Interação entre Trump e Lula

Mesmo com a expectativa dos aliados do ex-presidente Bolsonaro, Trump demonstrou postura positiva em relação a Lula, inclusive qualificando-o como um “bom homem” e indicando interesse em futuras reuniões presenciais.

O governo brasileiro informou que Bolsonaro não foi mencionado na ligação entre os dois presidentes, mesmo com o pedido de Lula para a revogação das sanções aplicadas a autoridades brasileiras, que foram implementadas em resposta à condenação do ex-presidente.




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