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segunda-feira, 20/10/2025

Aliados de Bolsonaro acreditam que post de Flávio é tática para prisão e apoio de Trump contra Moraes

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Aliados de Jair Bolsonaro e líderes do Partido Liberal (PL) interpretam uma publicação feita por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como uma estratégia para justificar a prisão domiciliar do ex-presidente e chamar a atenção dos Estados Unidos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, entendeu que Bolsonaro desrespeitou uma ordem judicial ao participar por videochamada de protestos a favor dele e por aparecer em um post realizado por Flávio nas redes sociais.

Bolsonaro disse na publicação: “Boa tarde Copacabana, boa tarde meu Brasil, um abraço a todos. É pela nossa liberdade, estamos juntos. Obrigado a todos, é pela nossa liberdade, pelo nosso futuro, pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos. Valeu”. O post foi removido por Flávio algumas horas depois.

No mês anterior, Moraes havia proibido Bolsonaro de usar redes sociais, fazer transmissões em contas de terceiros, falar com seu filho Eduardo Bolsonaro e de sair de Brasília à noite, determinando que ele ficasse em casa das 19h às 6h.

A defesa do ex-presidente alega que ele não foi proibido de conceder entrevistas ou discursar em eventos públicos conforme a decisão judicial, e que cumpriu essas normas.

Alguns aliados veem a ação de Flávio como um movimento calculado para provocar o ministro e atrair o apoio do ex-presidente Donald Trump, que já criticava as ações do STF contra Bolsonaro.

Após a prisão domiciliar, o Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou a decisão e indicou que poderá haver sanções contra quem incentivar Moraes. Em nota oficial, o órgão chamou Moraes de “violador de direitos humanos” e afirmou que ele limita a capacidade de Bolsonaro de se defender publicamente.

“O juiz Moraes, agora um violador de direitos humanos sancionado pelos EUA, usa instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor restrições a Bolsonaro não ajuda ninguém. Deixem ele falar”, declarou a nota.

Nos últimos dias, Bolsonaro evitou falar com a imprensa para não se prejudicar judicialmente. Em eventos recentes, ele interagiu pouco e não fez discursos.

A prisão domiciliar causou agitação no PL. O senador e secretário-geral Rogério Marinho (PL-RN) reuniu líderes do partido para planejar ações, incluindo um pedido ao STF para visitar Bolsonaro e uma coletiva de imprensa.

Uma nota oficial do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, causou insatisfação entre bolsonaristas por ser considerada vaga e insuficiente.

Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos, e seu aliado Paulo Figueiredo reforçaram a ideia de que o post de Flávio foi uma movimentação planejada.

Bolsonaristas preparam uma reunião para definir como reagir à prisão domiciliar. A estratégia inicial é pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que avance com uma anistia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

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