Filipe Barros, deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, declarou que pode recorrer a esta comissão para defender o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu amigo e aliado político, contra uma possível cassação. A afirmação foi dada em entrevista à imprensa na quinta-feira (28/8).
Segundo Barros, não existe fundamento para a cassação de Eduardo Bolsonaro. Ele declarou: “Se necessário, usaremos a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para proteger o deputado Eduardo Bolsonaro“.
O parlamentar ressaltou que a atuação de Eduardo nos Estados Unidos é legítima. “Todos os deputados têm o direito de manter contato com parlamentares e governos estrangeiros. Eduardo Bolsonaro levou denúncias de violações de direitos humanos às autoridades americanas”, explicou.
Barros também citou sua relação pessoal com Eduardo Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos por decisão própria. Ele afirmou que sua influência na comissão decorre dessa amizade e que tem oferecido apoio ao colega da melhor forma possível.
Sobre as tensões entre Brasil e Estados Unidos, Barros comentou que, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantivesse uma boa relação com o governo Trump, as sanções econômicas poderiam já ter sido resolvidas. Ele acrescentou que a política externa de Lula piorou notavelmente e acredita que o presidente está usando o caso como palanque político para sua candidatura nas próximas eleições.
Quatro pedidos de cassação contra Eduardo Bolsonaro foram encaminhados ao Conselho de Ética da Câmara, incluindo três do PT e um do PSol, acusando o deputado de quebra de decoro parlamentar por atuar contra interesses do Brasil e apoiar tarifas e sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Essas representações serão analisadas pelo Conselho de Ética, que sorteará membros para escolher um relator do caso. Eduardo Bolsonaro será informado e terá a oportunidade de apresentar sua defesa inicial.
Além disso, seu mandato está em risco devido às ausências nas sessões da Câmara, uma vez que sua estada nos Estados Unidos tem impedido sua participação regular no trabalho legislativo.