Dimitri Medvedev, ex-presidente da Rússia, respondeu a uma ameaça feita por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (31/7). O ex-chefe do Kremlin destacou que Trump deve se lembrar do sistema soviético de retaliação nuclear, conhecido como “Mão Morta”.
“O Trump precisa lembrar do perigo representado pela lendária ‘Mão Morta’”, escreveu Dimitri Medvedev em seu canal no Telegram.
O sistema “Mão Morta” é uma retaliação nuclear automática criada durante a Guerra Fria pela União Soviética, destinado a garantir um contra-ataque mesmo que a liderança russa seja eliminada em um ataque inicial. A Rússia considera essa ferramenta uma “arma apocalíptica”.
A declaração de Dimitri Medvedev, aliado de Vladimir Putin, veio em resposta a uma postagem de Donald Trump na rede Truth Social, onde o presidente americano criticou Medvedev por chamar de “um jogo de ultimatos” as tarifas contra compradores de petróleo da Rússia, situação que poderia levar os dois países à guerra.
“Digam a Medvedev, ex-presidente da Rússia que acha que ainda governa, para ser cuidadoso com suas palavras. Ele está pisando em terreno perigoso”, afirmou Trump.
Horas depois, Dimitri comentou que o nervosismo de Trump indica que a Rússia está no caminho certo.
Desde o início da guerra na Ucrânia, Dimitri Medvedev tem sido uma das vozes mais agressivas do Kremlin contra o Ocidente. Enquanto alguns críticos o consideram imprudente, diplomatas afirmam que seus discursos refletem parte da estratégia de Moscou.
Donald Trump também criticou recentemente Medvedev por mencionar armas nucleares ao comentar ataques dos EUA, dizendo que talvez por isso Putin seja “o chefe”.
EUA e Rússia
Na terça-feira (29/7), Trump deu um prazo de 10 dias para a Rússia aceitar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, alertando que, caso contrário, o país e seus parceiros comerciais enfrentariam sanções.
Atualmente, tramita no Senado dos Estados Unidos o projeto de lei “Sanções à Rússia de 2025”, que pode impor uma tarifa adicional de 500% a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, sobretudo no comércio de petróleo, gás natural, urânio e derivados petroquímicos.
O senador republicano da Carolina do Sul, Lindsey Graham, é o relator do projeto, que já conta com pelo menos 82 copatrocinadores dos partidos Democrata e Republicano em um Senado de 100 membros.