São Paulo, 20 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, expressou sua satisfação por termos eleições a cada dois anos. A declaração foi feita em 21 de fevereiro, logo após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, por tentativas de bloquear uma investigação sobre a participação do ex-presidente em um plano golpista.
Moraes falou a juristas durante o II Congresso Brasileiro de Direito Administrativo Sancionador, em São Paulo. Ele evitou responder perguntas da imprensa e não comentou o indiciamento de Bolsonaro nem o bloqueio do cartão de crédito do ex-presidente, que foi resultado de sanções aplicadas pela Lei Magnitsky, movimento articulado por Eduardo Bolsonaro para tentar dificultar o processo contra seu pai.
O congresso discutiu as atualizações na Lei da Improbidade Administrativa, que visa punir agentes públicos por enriquecimento ilícito, prejuízos aos cofres públicos ou violações dos princípios da administração pública.
Após a palestra, Moraes fez uma caminhada no centro de São Paulo, acompanhado da esposa, Viviane, e de seguranças.
O julgamento de Jair Bolsonaro no STF está previsto para começar em 2 de setembro. No dia 20, Moraes recebeu um relatório detalhado da Polícia Federal que descreve como o ex-presidente e seu filho teriam tentado impedir investigações, o que configuraria outro crime. O documento também menciona as ações de Eduardo Bolsonaro para impor sanções contra autoridades e o país.
O próprio ministro foi alvo de sanções pela Lei Magnitsky, que restringem seu acesso aos EUA, a posse de bens no país, e o uso de serviços americanos. Além de Moraes, outros sete ministros do STF tiveram seus vistos americanos revogados, numa tentativa de pressionar para o encerramento do julgamento contra o ex-presidente.
Estadão Conteúdo