Nos primeiros oito meses de 2025, as Américas enfrentam um aumento significativo no número de casos de sarampo, com 10.139 ocorrências confirmadas e 18 mortes até o dia 8 de agosto, conforme dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Esse número representa um crescimento de 34 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior.
A maior parte das fatalidades ocorreu no México (14), seguido pelos Estados Unidos (3) e Canadá (1). No México, muitas das vítimas eram membros de populações indígenas, com idades entre 1 e 54 anos.
De acordo com a Opas, 71% dos casos confirmados aconteceram em pessoas não vacinadas, enquanto em 18% a situação vacinal não foi informada, ressaltando a ligação entre baixa cobertura vacinal e o surto atual.
Daniel Salas, gerente executivo do Programa Especial de Imunização Integral da Opas, afirma: “O sarampo pode ser evitado com duas doses de uma vacina segura e eficaz. Para conter esses surtos, é fundamental que os países reforcem a imunização de rotina e promovam campanhas direcionadas às comunidades mais vulneráveis.”
Entendendo o sarampo
O sarampo voltou a se espalhar no Brasil após o país ter eliminado a doença em 2016, devido principalmente à baixa adesão à vacinação. No início de 2025, o Brasil foi novamente considerado livre da doença.
Trata-se de uma enfermidade altamente contagiosa, cujo vírus pode permanecer no ar por até 24 horas, sendo mais transmissível que o vírus da gripe e da Covid-19.
O sarampo pode provocar complicações graves como pneumonia e encefalite, uma inflamação cerebral comum em crianças menores de 5 anos que pode ser fatal.
A principal medida preventiva é a vacina tríplice viral, aplicada em duas doses aos 12 e 15 meses de idade. Durante surtos, o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina para crianças a partir dos 6 meses e reforço vacinal para adultos.
A Opas orienta que os países busquem cobertura vacinal de 95% com duas doses da vacina e fortaleçam sistemas para resposta rápida a surtos, além de aumentar campanhas em áreas de risco.
Até o momento, não há restrições de viagem, mas viajantes devem manter a vacinação atualizada, principalmente para destinos com surtos ativos.
Controlar o sarampo permanece um desafio, devido à circulação contínua do vírus em outras regiões e à resistência à vacina, além de coberturas vacinais insuficientes.
No âmbito global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou até julho de 2025, 239.816 casos suspeitos e 108.074 confirmados em todas as regiões, com maior incidência no Mediterrâneo Oriental (35%), seguido pela África (21%) e Europa (21%).